Além dos inúmeros produtos típicos da região, da boa comida e do artesanato, o Mercado Municipal de Montes Claros agora tem mais uma atração para os visitantes: a Sala de Leitura. Criada para atender aos filhos dos comerciantes do mercado e da comunidade em geral, a Sala está vinculada à biblioteca municipal Antônio Teixeira de Carvalho e atualmente conta com um acervo de 1000 livros além de uma Gibiteca
Jerúsia Arruda
Repórter
jerusia@onorte.net
Em meio a verduras, frutas, flores, carnes, conservas, artesanatos e uma infinidade de produtos típicos da região expostos no Mercado Municipal, um cantinho chama a atenção. Com cerca de 1000 livros para leitura e pesquisa, duas ou três mesas espalhadas pela sala e em frente, no corredor, uma pequena Sala de Leitura dão um toque lúdico e chama à conscientização da importância da leitura na rotina das pessoas onde quer que elas estejam.
Todo acervo da Sala de Leitura foi doado pela comunidade
(fotos: Wilson Medeiros)
Segundo o secretário municipal de Cultura, João Carlos Rodrigues Oliveira o espaço foi criado para ajudar às crianças filhas dos verdureiros que chegam de madrugada a aproveitar melhor seu tempo.
- Enquanto os pais negociam seus produtos, essas crianças têm a oportunidade de ler, fazer pesquisas e adiantar a tarefa escolar. Nossa expectativa é de que, em breve, um microcomputador seja instalado para melhorar o serviço. Também estamos liberando uma sala lateral para ampliar o espaço da biblioteca – planeja Rodrigues.
A Sala de Leitura faz parte do projeto Mercado Aberto e está vinculada à biblioteca pública municipal Antônio Teixeira de Carvalho, que funciona no centro cultural Hermes de Paula e, segundo o coordenador Guilherme Rodrigues, tem como objetivo maior atender os filhos dos feirantes e visitantes.
A Sala de Leitura foi inaugurada no início do ano e a atendente Dulcinéia Fonseca diz que com a volta às aulas, espera receber muitos visitantes.
- Funcionários e filhos de barraqueiros já estão aparecendo para folhear os livros, fazer pesquisa ou por pura curiosidade. Mas a expectativa é que a demanda aumente nos próximos dias. Além dos livros de leitura, temos livros didáticos em todas as áreas – diz Dulce. Segundo a atendente, todos os livros foram doados pela comunidade.
- Além de leitura e pesquisa aqui na sala, as pessoas também podem se inscrever para levar os livros para casa por alguns dias – explica.
Funcionários de uma loja de artesanato, a estudante de Enfermagem Aline Lara Cavalcante Oliva e o estudante de Engenharia de Produção, Rubens da Cruz Almeida dizem que a Sala de Leitura veio em um momento muito oportuno.
Os acadêmicos Aline Lara e Rubens Almeida dizem que aproveitam os momentos de folga na loja para colocar a leitura em dia com os livros da Sala de Leitura
- Ficamos o dia inteiro na loja e, às vezes, temos um tempo livre e a leitura é a melhor forma de aproveitá-lo. A leitura é uma necessidade constante em todas as etapas de nossa vida, principalmente quando estamos na academia, onde a exigência é ainda maior. Quero aproveitar o máximo e colocar a leitura em dia – diz Rubens, um dos leitores mais assíduos da Sala.
- A criação da biblioteca foi muito interessante, porque tem sempre crianças com os pais que vêm trabalhar e não têm como ocupar o tempo. Sem contar que ler é sempre bom, ajuda a melhorar o vocabulário e amplia a leitura de mundo e com os livros à mão, essas crianças terão mais acesso aos livros e oportunidade de desenvolver o gosto pela leitura - Aline Lara.
Segundo a CBL - Câmara Brasileira do Livro, no Brasil há 26 milhões de leitores ativos. Seja o que for que classifica um leitor como ativo, é um número baixo, já que o Brasil é o país com uns dos maiores índices de analfabetismo do mundo.
A atendente Dulce explica que mesmo recebendo sempre doações da comunidade, o acervo da Sala de Leitura ainda é bem pequeno.
- Todo livro que chega é bem-vindo e pedimos a todos que tenham livros de poesias, romances, gibis, livros didáticos para que doem para nossa Sala. Com certeza eles serão muito bem aproveitados – convoca Dulce, que diz que a intenção é que Sala possa atender bem a toda a comunidade que freqüenta o mercado.
A atendente Dulce diz esperar um movimento maior na Sala de Leitura a partir de março
Inaugurado em 1992, o Mercado Municipal Christo Raeff (Cristo Verdureiro), abriga dezenas de famílias que negociam suas mercadorias, tanto nas galerias quanto em seu entorno.
A Sala de Leitura funcionando na loja 10, de segunda a sexta-feira, de 7h às 18h. Além dos livros de pesquisa e literatura, os visitantes também podem contar com a Gibiteca, com um acervo de revistas em quadrinhos infanto-juvenis.