(fotos Divulgação)
A arte tem um papel importante neste momento da história. A descoberta de uma atividade nova, como a arte de bordar, tem ganhado o coração de muitas pessoas. Que o diga o professor Osmar Oliva, que nesses dias de isolamento tem se dedicado ao desenho e aos bordados à mão, seja em tecido ou em folhas de árvores do Cerrado.
Em agosto de 2019, Oliva perdeu a mãe e, durante o luto, começou a bordar para conviver com a ausência. Logo em seguida veio a pandemia e o isolamento social se intensificou, de forma que os bordados seguiram preenchendo seus momentos de solidão e de incertezas.
Uma das inspirações do artista é a Igreja dos Morrinhos, conhecida como Capela do Senhor do Bonfim, marco da arquitetura de uma Montes Claros histórica, datada de setembro de 1886. Além da igreja, é possível encontrar o olhar do artista sobre os casarões antigos que guardam muitas histórias.
“O bordado ocupou completamente o trabalho que antes desenvolvia com a fotografia. No início, comecei por intuição. Hoje já faço os projetos temáticos antes de bordar. Por exemplo, estou realizando uma série de bordados que chamei de ‘Paisagens de Minas’, representando casarões antigos e a igrejinha dos Morrinhos”, conta.
Oliva usa linhas de meadas que, para ele, conseguem dar o tom às belezas incomparáveis que ele reproduz. Ele recomenda o uso desse material ao leitor (a) que deseja experimentar bordar. “Vocês vão se apaixonar”, enfatiza.
COMPANHIA PERFEITA
Enquanto tudo isso não passa, ele afirma a arte será a companhia perfeita para se divertir, aprender coisas novas, expressar a identidade cultural de um povo e, sobretudo, desenvolver a empatia. Mas ele mantém planos para quando tudo se acalmar. “Os desafios são ser vacinado, vencer as perdas de parentes e amigos e voltar à convivência social sem medo de contaminação”, diz.
Osmar Oliva é formado em Letras, com mestrado e doutorado na área de Estudos Literários. Também é artista visual, tendo participado de cursos de desenho, composição e técnicas de pintura com Gemma Fonseca, Sérgio Ferreira e professores do curso de Artes Visuais da Unimontes, há mais de 20 anos.