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Quarta-Feira,24 de Setembro

Jovens montes-clarenses lançam livreto de poemas

Jornal O Norte
Publicado em 08/10/2009 às 11:00.Atualizado em 15/11/2021 às 07:13.

Michelle Tondineli


Repórter



Os estudantes Emanuela Almeida e Auiri Thiago lançam nesta semana, 23º Psiu poético de Montes Claros, um livreto de poemas. O intuito não é recitá-los e sim mostrar o trabalho realizado pelos dois. Manuh escreveu De uma vida em minúsculo , e Auiri escreveu Homem de minuto.



Manuh diz que o chamam de livreto, mas a forma correta seria fanzine. E a ideia de escrevê-los foi através dos blogs que eles administram já há algum tempo:



- Nós temos blogs há mais de dois anos, cada um com seu estilo, seu conteúdo. Escrevemos individualmente há algum tempo e resolvemos montar uma publicação com alguns poemas escolhidos. Achamos que o Psiu poético seria o momento mais que ideal para divulgar a ideia.



De acordo com Auiri, o intuito inicial era divulgar o que eles escrevem, mudando um pouco o conceito durante a criação do projeto.



- Manuh já trabalha com fanzines culturais, eu trabalho com intervenções poéticas e teatrais. Acho que isso é meio que um pioneirismo, um exemplo do que pode ser feito pelos artistas da cidade – diz Auiri.



Ele ainda diz que querem instigar as pessoas a produzirem mais, o que quer que seja:



- Há um declínio da produção cultural em Montes Claros, digo, do que não é diretamente ligado à música. O Psiu poético é um momento que foge a essa regra, mas isso é uma vez por ano! Estamos tentando transpor essa barreira de alguma forma, e acho que o livreto é um bom começo.



Manuh e Auiri decidiram não realizar apresentações. Desta forma, Auiri explica que o Psiu Poético é como um difusor:



- Estarão ali pessoas de vários lugares do país, pessoas do exterior, e o que é produzido em Montes Claros tem que ser conhecido lá fora. Foi pensado também como espaço de divulgação interna, já que a cidade toda se movimenta ou, pelo menos, a parte interessada no que nos propomos a fazer. É unir o útil ao agradável, e um salão de poesias é um espaço ideal.



O primeiro fanzine de poemas marca um grande passo na vida cultural desse casal.  Manuh diz que, sem ajuda nenhuma, a não ser a ideia e força de vontade dos dois, o trabalho não sairia:



- A ideia surgiu, criamos a arte, mandamos imprimir e vamos divulgar durante o Psiu poético. Independência do início ao fim. Isso não é ruim, pelo contrário. Mas acho que é exatamente essa dificuldade que os artistas potencializam: a falta de ajuda. Quem quer, faz. Essa é uma realidade bem clara para mim, que faço zines desde 2007. Ajuda seria ruim? Claro que não! Quanto mais, melhor. Investimento, apoio, patrocínio? São mais que bem vindos, são necessários! Mas não é porque é difícil, que deixamos de fazer. Com o livreto a gente tenta passar isso também, e espero que consigamos.



E Manuh acredita ser muito difícil viver de arte na cidade ou em qualquer lugar se não houver interesse e batalha dos interessados.



- Acho que pouquíssimas pessoas vivem de arte em Montes Claros, mas não é uma realidade característica daqui. Em todo lugar é muito difícil, principalmente se a sua arte é folk, diferente, foge do massivo. No nosso caso, pelo menos por enquanto, a produção é mais um escape do que, necessariamente, uma profissão - diz.



A estudante acredita que falta profissionalização e investimento. Espaço existe, só que as oportunidades não batem à porta de ninguém.



- Acho que são duas vertentes que precisam ser trabalhadas em Montes Claros: conscientização da importância de uma profissionalização na área cultural e políticas públicas - conclui.



Para mais informações acesse os blogs, www.sinceroecareta.blogspot.com do Auiri e www.morangodosertao.blogspot.com da Manuh.

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