Jovens amigos escolhem arte do macramê para diversão e vendas

Jornal O Norte
Publicado em 26/02/2010 às 12:00.Atualizado em 15/11/2021 às 06:21.

Michelle Tondineli


Repórter



O Macramê é uma técnica de tecer fios que não utiliza nenhum tipo de maquinário ou ferramenta. Somente a mão é utilizada para esta arte. Trabalhados com os dedos, os fios vão se cruzando e ficam presos por nós, formando cruzamentos geométricos, franjas e uma infinidade de formas decorativas.



De uma forma divertida e em companheirismo, os jovens Rodrigo Viana, Marcellus Huff e Alberto Mourão realizam esta arte nas praças de Montes Claros.



De acordo com Rodrigo Viana, existem várias versões da palavra macramê, que significa nó. Alguns dizem que a palavra vem do árabe; outras, do turco; outras, ainda, do francês.



- É uma arte que se originou na pré-história, quando o homem aprendeu a amarrar fibras para se agasalhar e criar objetos. Até hoje, a arte de dar nós é muito apreciada pela habilidade do artesão e delicadeza do trabalho - diz.



(MICHELLE TONDINELI)


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Pulseiras e tornoseleiras são as grandes campeãs de vendas.



Ele aprendeu a arte há cerca de três anos, juntamente com Marcellus e outros amigos.



- Nós fizemos um círculo, e um foi passando para o outro, sem preconceito ou pensar em concorrência de vendas. Fazemos parceria e amizade, e quem quer aprender só precisa ter paciência, harmonia e inspiração - afirma.



Marcellus Huff, além de trabalhar com o macramê, também é músico. Ele diz que não tem nenhuma formação musical, nem para fazer macramê, pois não precisa.



- É um trabalho que vem de nós, da nossa vida. Fazer as combinações das cores mais estranhas é o que está valendo. As linhas enceradas são utilizadas na nossa arte, seja azul, preto, verde ou naquelas cores que chamam atenção - diz.



Marcellus afirma ainda que é possível fazer vários tipos de objeto com a linha.



- Pode ser cinto, pulseira, brinco, filtro dos sonhos, anel, tornoseleira, gargantilha, relógio, colcha, tapete, e por aí vai. É claro que alguns produtos precisam apenas da linha, outros já utilizam arames, desenhos de casca de coco e madeira, penas, miçangas e outros materiais - afirma.



Alberto Mourão, outro artista do macramê, é da cidade de Pirapora. Ele diz que descobriu o macramê depois que se mudou para Montes Claros.



- Já tem quase dois anos. Me encantei pelos trabalhos que posso fazer. Independente se é para um amigo, uso pessoal ou encomenda, nós todos fazemos. O bom de fazer para uso pessoal é que posso usar cores estranhas e ver se dá certo. Por encomenda é complicado, porque nem sempre agrada a todos os clientes. Por isso, sempre pedimos para eles comprarem a linha quando são amigos, quando não são, sempre fazemos a análise ideal - finaliza.



Outras informações pelos telefones (38) 9815 – 1112, com Marcellus; 3223 – 4206, com Rodrigo e 9142 – 0911, com Alberto.



MACRAMÊ PODE SER BOA FONTE DE RENDA



Os jovens que realizam o trabalho com a arte do macramê acreditam que para sobreviver com este tipo de trabalho tem que levar a sério, ter tempo e paciência.



Segundo Rodrigo Viana, dá para viver somente do artesanato, apesar de ele próprio não viver só dele.



- Mas, sei que se me empenhasse mais poderia ter uma clientela maior e vender mais peças do que vendo hoje, em outros lugares que valorizem mais do que nossa cidade. Hoje, o artesanato é muito valorizado, principalmente fora do Brasil. Os brasileiros, como têm a facilidade de fazer e se dedicar ao artesanato, é que acabam não valorizando. Mas, o artesanato quando é feito com capricho, quando é bem acabado, é muito bem valorizado - diz.



Para Alberto Mourão, o artesanato é amor, é vida, é distração, é companhia, é terapia.



- Todos deveriam se dedicar a algum tipo de artesanato. As escolas deveriam ter no seu currículo aulas de artesanato. Com certeza, não haveria tantos problemas. Hoje em dia, artesanato é um grande negócio. Claro que tem dificuldades até se estabilizar. E muitas pessoas contam com apoios certos, fazem cursos e investem mais no emprego - afirma.



Marcellus Huff diz que viver de artesanato é ter renda sem estabilidade, o que pode deixar várias pessoas dependentes de um dinheiro que podem não receber.



- Nós nunca sabemos qual vai ser a nossa renda no mês, ela pode variar muito. Sem dúvida, toda arte bem produzida é elevada forma de realização, e pode valer mais do que esperamos. Um trabalho de macramê pode variar de R$5 a R$ 80, dependendo do que for, da quantidade de linhas, da mão-de-obra e outras coisas - diz.

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