ENTREVISTA

“Januária me criou, Montes Claros me abraçou”

Artista norte-mineiro vai se apresentar pela 1ª vez nas Festas de Agosto

Adriana Queiroz
Publicado em 10/08/2022 às 22:07.
 (LUCAZ ROD)

(LUCAZ ROD)

Será a 1ª vez que o norte-mineiro Sebá Mota vai participar das Festas de Agosto. Será um dos artistas a se apresentar no palco principal da festa. Uma emoção tão grande ou talvez maior do que a que sentiu em 2019, quando cantou no Solar dos Sertões. Um inesquecível início de carreira. 

“Um dos melhores shows da minha vida. Então, minha expectativa está lá em cima para este ano”, revela.

O show de Sebá será dia 17, na abertura dos festejos. O repertório vai contemplar desde clássicos da MPB, até músicas autorais que ele tem apresentado por onde passa. Sempre mesclando origens norte-mineiras e baianas com o melhor do groove brasileiro, com muita performance, que ela tanto ama.
 
Você reside há sete anos em Montes Claros, conte sua trajetória na música.
Cheguei em 2015 para cursar publicidade. A verdade, mesmo é que queria ser artista. Acho que a escolha do curso foi inconsciente, pois queria ter um contato mais próximo com a criatividade e com os bastidores da produção: fotografia, produção de vídeos. 

Em 2018 me assumi como Sebá nas redes sociais, primeiro postando covers. Desde então, não parei mais de lançar trabalhos autorais e receber convites para cantar em bares, eventos e festivais.
 
Quais recordações de sua terra natal, Januária? 
Tenho várias. Quando volto lá, em visita a minha família, é sempre gostoso. Sou mimado por minha mãe. E eu amo Ela sempre faz pavê ou arroz doce, que eu amo desde criança. E me espera com uma cervejinha gelada, que não pode faltar! 
 
Por que escolheu vir para Montes Claros?
É a maior cidade do Norte de Minas. É natural que as pessoas das cidades vizinhas pensem em vir pra cá à procura de oportunidades. Assim que terminei o ensino médio, passei no vestibular para publicidade e recebi um convite da minha irmã Fabíola para morar com ela.

Aqui fiz muitos amigos, conheci muitos artistas e não deu em outra: minha vontade de ser artista aflorou ainda mais. Quando dei por mim, já estava compondo minhas músicas e procurando produtores para produzir todas elas. 
Januária me criou, me deu força e raiz, Montes Claros me abraçou, me dando possibilidades e reconhecimento espontâneo. Meus dois lugares do coração.   
 
Não é de hoje que o povo norte-mineiro se destaca na cultura. Por que nossa gente se sobressai tanto?
Somos um povo muito criativo. Não falo só do rolê da produção cultural. Aprendemos a fazer muito com pouco, pois tudo aqui é mais escasso. A tecnologia, as novidades e as oportunidades demoram a chegar. Isso nos tira da zona de conforto e nos deixa com sangue nos olhos para fazer as coisas acontecerem. Quase como meter o pé na porta para abrir caminhos mesmo.  

Fora isso, há talento. Nossa região tem revelado muita gente boa em todas as áreas. Somos autênticos e destemidos. Bancamos quem somos, sem precisar fingir o que não somos, como a gente vê muito por aí. Isso causa admiração. 
 
Este ano teremos eleições. O que você quer dos políticos, de um modo geral e para área da cultura?
Vergonha na cara e humanidade. O brasileiro precisa reconhecer que errou feio nas últimas eleições. Sei que as mudanças não acontecem do dia para a noite, mas eu tenho esperança de um Brasil melhor. 

Quero ver comida no prato de quem não tem, quero ver arte e artista serem tratados com o respeito que merecem. Quero ver consciência de classe, quero andar na rua.

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