Íntimo e Pessoal discute a ética no jornalismo

Jornal O Norte
17/01/2008 às 10:57.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:23

Fabíola Cangussu


Repórter

Ética, amor, dedicação e superação, esses são alguns dos ingredientes básicos para conquistar sucesso em todos os campos, tanto pessoal, quanto profissional. Pode está aí a alquimia que fez de Íntimo e Pessoal – Up close & Personal  um filme doce, verdadeiro e capaz de sensibilizar platéias em todo o mundo.

Jon Avnet perito na arte de emocionar, sem com isso usar clichê, ou mesmo apelar para subterfúgio mirabolante, conseguiu mais uma vez contar uma história com a delicadeza e sutileza que a alma humana precisa, mesmo efeito conquistado no maravilhoso Tomates Verdes Fritos.

Antes de falar sobre a história do filme é preciso chamar a atenção para alguns significados básicos de palavras e sentimentos que norteiam o espírito humano.

Ética, segundo o dicionário é uma característica inerente a toda ação humana e, por esta razão, é um elemento vital na produção da realidade social. Todo homem possui um senso ético, uma espécie de consciência moral, estando constantemente avaliando e julgando suas ações para saber se são boas ou más, certas ou erradas, justas ou injustas.

Amor por definição é a viva afeição que nos impele para o objeto dos nossos desejos, a inclinação da alma e do coração.

Dedicação é a capacidade de se entregar à realização de um objetivo, oferecer afetuosamente, pôr se a serviço de, estar à disposição do objeto.

Superação é o ato ou o efeito de superar, transposição de um obstáculo ou desafio, a capacidade de ir além.

Agora que já conhece didaticamente o caminho percorrido cena a cena. É possível falar sobre o enredo de Íntimo e Pessoal, história inspirada livremente na vida da jornalista Jessica Savitch, que promove o encontro inesquecível entre Michelle Pfeiffer e Robert Redford.

Sally Atwater - Michelle Pfeiffer  uma garota que sonhava com a carreira de  jornalista. Mesmo sem formação profissional ela cria um vídeo para pedir emprego em várias emissoras. Sally, totalmente atrapalhada chega a TV Miame  e encontra o chefe de jornalismo, Warren Justice -Robert Redford, um veterano jornalista, apaixonado pela profissão e que não vende seus principio éticos nem por fama e nem por dinheiro. Por causa disso tem sua carreira boicotada. Posição até certo ponto questionada pelos colegas de profissão, sendo entre outras coisas, considerado uma pessoa difícil de lidar.

Justice, nome que realça a personalidade do editor chefe, mesmo sabendo que Sally Atwater não tem nenhuma experiência na área, consegue perceber o seu potencial e a aceita como estagiária, tornando seu mentor.

Um dia, depois de fazer Sally servir muitos cafezinhos, ele a deixa ser a moça do tempo, em seguida e por obra do destino, ela tem a oportunidade de está ao vivo numa matéria.

É marcante ver essa cena. Os conceitos tão estudados no banco de faculdade são desmistificados em poucos minutos, quando Justice fala o que é contar uma história verdadeira ao público e o que realmente tem importância. Neste caso, o que importava era o ser humano por detrás do fato e o que motiva às pessoas a cometerem certos desatinos. É retirar a estatística e colocar o ser como o foco de uma matéria.

Infelizmente, algumas escolas esquecem de ensinar isso a seus estudantes, param de analisar a vida e passam a se preocupar com o mercado. Deve-se lembrar que a parte técnica é de suma importância, mas a humanização precede a tudo.

Seguindo as dicas de Justice, Sally consegue chamar a atenção e é promovida a âncora. Paralelo a isso nasce uma relação amorosa baseada na admiração mútua, no respeito e na cumplicidade.

Essa química faz com que Sally seja contratada por uma grande empresa jornalística e mude de cidade, sem Justice.

Pressionada por todos, enfrentando críticas de colegas, Sally muda seu estilo, tentando se enquadrar à nova realidade. Justice preocupado com o que assiste, larga tudo e vai ao encontro da jornalista para relembrar que o mais importante são as vidas das pessoas. Segundo os ensinamentos dele, um incêndio não teria importância, se o sonho das pessoas não fossem queimados juntos. E assim, Sally descobre o que é ser uma verdadeira jornalista, e passar a ser respeitada por todos.

No filme, o grande debate é a eterna dúvida entre conseguir audiência a qualquer custo e descobrir a verdade dos fatos e do ser.

Engana-se quem pensa ser uma história exclusiva para os profissionais de comunicação. É uma história de amor emoldurada pela ética, dedicação e superação que encanta e faz refletir todos.

Vale reservar em sua locadora favorita!

Ficha Técnica

Título Original: Up Close and Personal


Gênero: Romance


Tempo de Duração: 124 minutos


Ano de Lançamento (EUA): 1996


Estúdio: Touchstone Pictures / Cinergi Pictures Entertainment


Distribuição: Buena Vista Pictures


Direção: Jon Avnet


Roteiro: Joan Didion e John Gregory Dunne


Produção: Jon Avnet, Jordan Kerner e David Nicksay


Música: Thomas Newman


Direção de Fotografia: Karl Walter Lindenlaub


Desenho de Produção: Jeremy Conway


Direção de Arte: Mark W. Mansbridge e Bruce Alan Miller


Figurino: Albert Wolsky


Edição: Debra Neil-Fisher

 Elenco


Robert Redford (Warren Justice)


Michelle Pfeiffer (Tally Atwater / Sally Atwater)


Stockard Channing (Marcia McGrath)


Joe Mantegna (Bucky Terranova)


Kate Nelligan (Joanna Kennelly)


Glenn Plummer (Ned Jackson)


James Rebhorn (John Merino)


Scott Bryce (Rob Sullivan)


Raymond Cruz (Fernando Buttanda)


Dedee Pfeiffer (Luanne Atwater)


Miguel Sandoval (Dan Duarte)


James Karen (Tom Orr)

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