Intérprete e saxofonista, Alexandre Rodrigues faz ensaios on-line nesse período de isolamento social

Músico encontra na poesia e nas melodias uma forma de falar sobre sua história e levar mensagens de amor às pessoas

Adriana Queiroz
O Norte
08/04/2020 às 01:59.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:13
 (Arquivo Pessoal)

(Arquivo Pessoal)

O intérprete e saxofonista Alexandre Rodrigues, de 28 anos, não teve uma vida fácil nem nos seus primeiros anos de vida. O músico nasceu em Minas Novas, no Vale do Jequitinhonha, região de contrastes, onde a pobreza gerada pela seca convive com uma rica cultura. Nunca conheceu o pai. A mãe era alcoólatra. Caçula em uma família de mais três irmãs, ainda crianças foram adotados por famílias distintas.

“Devido ao problema do alcoolismo que minha mãe biológica enfrentava, não tivemos praticamente nenhum amparo da família sanguínea naqueles dias difíceis”, conta.

Ao lado da mãe Nildete, conhecida como Pretinha, a quem se refere com muito carinho, ouvia canções de artistas como Raul Seixas, Ney Matogrosso e Tim Maia pelo rádio do vizinho.

“Minha adoção e de minhas irmãs foi dirigida por uma senhora italiana que estava no Brasil, em 1990, e que, quando eu estava no ventre de minha mãe, se ofereceu a ser minha madrinha”, conta.

Depois disso, Alexandre foi morar e viver outra realidade com uma família que o acolheu com muito amor. “Após três meses de adoção, me lembro que minha mãe, nos finais de semana, passava na casa onde eu estava. Era muito doloroso vê-la e não poder ir junto. Mais tarde ela foi morta pelo namorado”, revela o rapaz.
 
APOIO MUSICAL
Com a nova família, Alexandre contou com o apoio dos pais que se empenharam bastante em sua educação. Começou a estudar violão aos 9 anos e ganhou de presente um violão Kashima. Em seguida, começou a tocar na banda de música da cidade.

“Me formei como saxofonista e tive o privilégio de tocar com a banda da Polícia de Diamantina em tocatas de gala”, lembra.

Aos 17 anos, saiu da casa dos pais e foi morar em Belo Horizonte com as irmãs, onde dividiam o aluguel. De volta a Minas Novas, trabalhou na fábrica de tijolos na parte operacional. “Em 2015, devido à escassez de trabalho na minha cidade natal, decidi vir para Montes Claros e tentar a vida aqui”, diz.

Por meio de uma amiga, conheceu o músico e compositor Márcio Durães e, desde então, tem aprendido técnicas vocais e aprimorado na área musical.

“Decidimos formar uma parceria e iniciei minha carreira como cantor e intérprete. Me lembro da minha primeira apresentação como músico e cantor, foi em um evento da empresa onde eu trabalhava”.

Junto com Márcio Durães, iniciou um trabalho com o propósito de montar repertório com músicas de Vander Lee, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Chico Buarque, João Bosco, músicas da bossa nova, além de jazz e blue. E deu muito certo. 

Projetos após a quarentena
Passando o período de isolamento social, o desafio da dupla – Alexandre Rodrigues e Márcio Durães – é levar música de boa qualidade para os quatro cantos da cidade e do Norte de Minas, participar de projetos culturais e festivais.

“No momento estamos trabalhando em casa, estudando as músicas e desenvolvendo o repertório, com alguns ensaios on-line. Em breve retornarei às lives. Respiro música. A poesia faz parte de minha alma e através dela demonstro meus sentimentos, sobre o que vivo e vivi até hoje, falo de Deus, levo mensagem às pessoas e, principalmente, o amor. Amo a música”, conta Alexandre Rodrigues. 

Telefone de contato: (38) 99152-4400

Compartilhar
Logotipo O NorteLogotipo O Norte
E-MAIL:jornalismo@onorte.net
ENDEREÇO:Rua Justino CâmaraCentro - Montes Claros - MGCEP: 39400-010
O Norte© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por