Michelle Tondineli
Repórter
Artista e músico, o índio peruano Luiz Gutierrez está visitando Montes Claros há cerca de um mês. Com um palco improvisado e poucos produtos de artesanato, o índio marca presença na Praça Dr. Carlos, difundindo o seu trabalho.
(fotos: MICHELLE TONDINELI)
O artista e músico Luis Gutierrez.
Segundo Luiz, a mudança da capital do Peru, Lima, para o Brasil aconteceu há 14 anos, quando se casou com uma brasileira e fixou residência em São Paulo. Ele conta que, além de fazer divulgação do seu trabalho em escolas, faculdades e instituições, trabalha com a arte em geral, brincos, colares, pulseiras, instrumentos, enfeites, anéis, chaveiros e música, que fazem parte de seu trabalho e de sua vida.
- Montes Claros, na visão de muitos artistas, que são tantos no Brasil, é uma cidade que está distante geograficamente e que valoriza pouco o artista. É muito complicado deixarmos toda uma estrutura de trabalho para virmos para o interior, porque a maioria fica nas capitais. A minha visita a esta região aconteceu por motivos familiares, e a exposição na praça está acontecendo acreditar que vale a pena mostrar a nossa cultura - afirma.
O índio ainda conta que durante a sua criação, a influência da arte é dos antecedentes incas. Desde pequeno eles aprendem a valorizar e desenvolver o lado artístico, principalmente sobre a cultura.
- Gravei alguns discos de músicas românticas, resgatando a flauta Pam, que é um instrumento romano, feito com vários bambus juntos, em várias tonalidades e textura musical das flautas comuns. Também tenho um disco de música tradicional equatoriana, chilena, boliviana, peruana, argentina, o angino e outros - revela.
Luiz ainda fala que um dos outros CDs gravados é o Chamônico, que procura resgatar a cultura americana. É como uma coisa unificada que a cultura teve, que expõe as origens dos astecas, maias, incas, lacotas e grandes comunidades norte-americanas.
Para apresentações culturais, o artista trabalha com seu próprio equipamento de som e instrumento, usando apenas a energia da cidade.
Ele explica que já deveria ter saído de Moc e que a sensação de trabalho concluído é explícita, já estando na hora de partir para São Paulo e se preparar para outra viagem.
- Viajo pelas cidades do Brasil e do mundo inteiro. Já tenho programada para o fim de setembro uma viagem para o Canadá e, depois, para a Europa e o Japão - completa.