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Guimarães Rosa (1908-1967) descreveu Barra do Guaicuí em “Grande Sertão: Veredas”, sua obra mais importante, publicada pela primeira vez em 1956. Abraçada por uma gameleira, a igreja de pedras de Bom Jesus de Matozinhos é atração do local, escolhida pelo escritor como berço do amor de Riobaldo e Diadorim, em “Grande sertão: veredas”.
A Barra do Guaicuí é um distrito de Várzea da Palma, a 800 metros de onde o Rio São Francisco encontra o Rio das Velhas. Um dos “causos” prediletos do personagem é sobre a inacabada igreja de pedras de Bom Jesus de Matozinhos, onde “vingou” uma imponente gameleira no lugar em que deveria existir uma torre.
SÉCULO 17
A igreja começou a ser erguida no século 17. Por algum motivo que ninguém sabe explicar, a obra não foi acabada. Há várias teses e lendas sobre o tema. Uma diz que os operários morreram de malária. Outra sustenta que a construção foi interrompida ao se constatar que o leito do Rio das Velhas, a menos de 10 metros de lá, inundaria o templo em época de enchente.
O templo inacabado é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha). O instituto estadual usou o depoimento de Richard Burton, um viajante que percorreu a região na década de 1860, como parte do conteúdo que justificou o tombamento.