Vanessa Araújo

O Cinema Comentado Cineclube exibe, no próximo sábado, 21, “Deus abençoe a América” (2011), dirigido pelo ator e comediante Bobcat Goldthwait. O longa conta a história de Frank, um homem divorciado, com um emprego tedioso, do qual é demitido por uma suspeita infundada de assédio sexual, e que, para piorar a sua insatisfação com a vida, descobre que tem câncer. Sem nada a perder e revoltado com a futilidade das pessoas e, principalmente, com a programação televisiva, ele decide que, antes de se suicidar, deixará uma mensagem para a sociedade que tanto repudia.

O objetivo de Frank se torna mais extremo quando ele encontra uma parceira improvável: Roxy, uma adolescente de 16 anos, que diz sofrer abusos em casa e no colégio e, portanto, também sente a mesma raiva pelas pessoas. Eles começam, então, a matar todos e todas que apresentam um comportamento tido, para eles, como desprezível.

Deus abençoe a América é uma crítica aos meios de comunicação de massa, à sociedade de consumo, à indústria cultural, à falta de educação e bons modos, e, até mesmo, à ausência de senso comum das pessoas. A futilidade, tão presente no nosso cotidiano, chegou a tal ponto que Frank não consegue assistir sentado esse processo de “idiotização”, e decide fazer alguma coisa a respeito.

Bobcat Goldthwait possui poucos filmes como diretor, e teve o sucesso de sua carreira consolidado pela participação em “Loucademia de Polícia”, em que interpreta o personagem Zed, aquele que só consegue falar gritando. Ele trabalha principalmente com shows humorísticos e produções televisivas. Deusa abençoe a América não chegou a ser exibido nos cinemas brasileiros, o que não anula o sucesso entre os fãs da comédia ácida.

Para Vinícius Salazar, do site Taxi Café, “tecnicamente bem executado, com uma trilha sonora excelente e atuações cativantes de Joel Murray (Frank) e Tara Lynne Barr (Roxy), o diretor e roteirista Bobcat Goldthwait entrega um filme violento, catártico e libertador, que escancara o que muita gente está cansada de saber, mas que não consegue evitar. Com um grande potencial para se tornar cult. Ao subir dos créditos fica a sensação de que só mesmo uma benção divina seja capaz de nos tirar desse buraco onde nos enfiamos”. Classificação do programa: 18 anos. Duração: 99 minutos.

A sessão deste sábado será comentada por Vanessa Araújo, jornalista e designer dos cartazes de filmes do Cinema Comentado Cineclube. A sessão do cineclube acontece aos sábados, na sala Geraldo Freire, a partir das 19h. Vale lembrar que a entrada é gratuita e aberta para toda a comunidade interessada em cinema e debates sobre a sétima arte. Outras informações em: www.cinecomentado.com

Próximas atrações
28/03 – “Ponette - À Espera de um Anjo” (1996), dir: Jacques Doillon.