Aqui está o livro “Histórias de Serra Nova” com aditamento do centenário de nascimento de Dário Dias Silveira. São crônicas valiosas sobre o distrito de Serra Nova e vários depoimentos sobre a vida pregressa do grande homem que foi o patriarca da família Silveira. A obra coloca-se, no conjunto de seus assuntos, como síntese de um período histórico, a criação do distrito em 1823, passando pela invasão dos revoltosos da Coluna Prestes em 1926 e, encerrando-se com as atividades do centenário de nascimento de Dário Dias Silveira, aquele que foi um dos pioneiros na construção da vila.
Relata a história inicial que no cenário político-administrativo do distrito de Serra Nova, já no final do último quartel do século XVIII, que algumas famílias oriundas da vila do Tijuco (Diamantina), e lideradas pelos irmãos Antônio, Francisco e Manuel Dias, irromperam do alto da “serrinha” com o intuito de garimpar e retirar do cascalho ali existente. As pepitas de diamantes e os filetes de ouro, os que adormeciam nos talvegues do rio Peixe Bravo e nos afluentes do rio Preto, sempre na tentativa do enriquecimento fácil. Então, foi aí que a atividade da mineração abalou a rígida estrutura social das famílias provenientes das lavras aurífero-diamantíferas de Minas Novas, Tijuco e de Grão Mogol com o advento da ambição violenta e desenfreada. Em vista disso, o ilustre escritor João Guimarães Rosa escolheu o distrito de Serra Nova para iniciar ali o seu influente livro Grande Sertão – Veredas, contando a história do intrépido jagunço Joé Cazuzo, dizendo que: “... foi um arraso de um tirotêio pra cima do lugar de Serra Nova, distrito de Rio Pardo de Minas, no ribeirão de Traçadal e que depois se tornou um homem bom de igreja...”.
Por outro lado, o livro “Histórias de Serra Nova: centenário de nascimento de Dário Dias Silveira” tem ainda a incumbência de registrar a genealogia das famílias de Serra Nova em gráficos, destacando-se o casal Dário Dias Silveira e dona Edith Gonçalves Silveira. Os organizadores da obra, Roberto Patrocínio Silveira e José Patrocínio da Silveira, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura Municipal de Rio Pardo de Minas, facilitaram aos alunos da Escola Municipal Professora Rosa Herculana a elaborarem pesquisas sobre a história do distrito e, também, sobre Dário Dias Silveira, tendo em vista as comemorações do seu centenário de nascimento. Tentando fixar e caracterizar a contribuição do homenageado para o desenvolvimento de Serra Nova, “o Sr. Antônio Prates informou que a família de Dário trabalhava no Brejo Grande, mexendo com roça de mandioca. Disse que Dário comprou um caminhão pequeno com o qual realizava suas viagens até Montes Claros, de onde trazia muitas coisas para cá”.
Agora o distrito de Serra Nova já conta com dois livros sobre a sua origem: o “Ensaio Histórico do Distrito de Serra Nova”, que é de minha autoria e “Histórias de Serra Nova: centenário de nascimento de Dário Dias Silveira” que tem como seus organizadores os irmãos José Patrocínio da Silveira e Roberto Patrocínio Silveira. De certa vez disse a professora Yvonne de Oliveira Silveira: “Como são felizes as cidades que possuem um filho que a ama e admira o seu passado, conseguindo perpetuá-lo na História”. Está certíssima a ilustre professora Yvonne Silveira, visto que os irmãos José e Roberto admiram a história do distrito de Serra Nova, o lugar em que nasceram. Também me considero um filho adotivo dessa ditosa terra, pois tenho um carinho muito especial pela sua história e admiro-a como se minha ela fosse.