Michelle Tondineli
Repórter
A 9ª mostra de teatro continua até primeiro de agosto. Vários grupos já se apresentaram com espetáculos inéditos. Nos dias 17 e 18, às 19h e 21h, é a vez do grupo Próximo do Real, que apresentará o espetáculo O canto do Galo.
De acordo com o ator Jailson Pereira, atualmente o grupo, que surgiu em 2004, conta com 11 integrantes.
- Escolher o nome foi muito complicado. Após apresentação realizada em uma escola da nossa cidade, Rio Pardo de Minas, um integrante do grupo começou a gritar “próximo do real”, pelo fato de nossas peças serem tão próximas da realidade - conta.
A peça O Canto do Galo é de autoria de Jonielson Ribeiro, Ivanete Antunes e Valdeni Pereira e se passa em uma pequena cidade do interior. O mistério do canto do galo ainda é capaz de deixar seus moradores atônitos.
- São associadas a essa superstição duas tragédias que ali ocorreram, envolvendo ciúmes, inveja, desentendimentos e traições. Uma ocorre com seu Tonico, que mata a esposa suspeita de traição, e a outra, com Marcos, que se vê numa situação semelhante, mas não sabe que decisão tomar - afirma.
No elenco estão Jailson Pereira (Marcos), Ivanete Antunes (Inês), Warley Evangelista (Jorge), Valdeni Pereira (Nelão), Gilmácio de Souza (seu Juca), Mari Alves (Rebeca), Sandra Alves (Dona Zefina), Mariana Taila (Léia) e Maria Helena (seu Chico).
Segundo Jailson, o grupo enfrenta diversas dificuldades para o desenvolvimento de atividades teatrais, por causa da falta de incentivos por parte do poder público local e pouco reconhecimento da população em geral.
- Porém, este fato vem sendo amenizado com alguns projetos culturais apoiados por instâncias estaduais e federais, que, se não dão suporte para profissionalização em si, no sentido de possibilitar viver de teatro, pelo menos têm oferecido oportunidades nos campos da capacitação artística e estruturação material - diz.
Na opinião do ator, para melhorar as condições de trabalho é necessário organização dos grupos locais, no sentido de unir esforços e traçar metas comuns, que possam contribuir com a sensibilização da população em geral quanto aos valores do fazer artístico e conquistar maior atenção do poder público local.
- Mesmo assim, eu não deixaria e fazer teatro, porque gosto das artes cênicas e quero resgatar a cultura da minha cidade. Ao longo do tempo, desde nossos primeiros trabalhos até hoje, conseguimos vencer algumas barreiras e temos conquistado espectadores de todos os tipos e colocado o teatro em contato com um número de pessoas cada vez maior. Isso tem contribuído para aumentar a cumplicidade entre artistas e público no fazer cultural da localidade, mas achamos que ainda há um longo caminho a percorrer. Essa interação, para nós, ainda é frágil e precisa cada vez mais ser intensificada – conclui Jailson, que já interpretou 15 peças. O personagem mais significativo para ele é justamente o Marcos, da peça O canto do Galo.
O grupo conta com estatuto interno, que prevê regras básicas para os integrantes, como disponibilidade de horário para ensaios e reuniões. Outras informações (38) 9191 – 4470.