Michelle Tondineli
Repórter
Criado há cinco anos, em homenagem e reconhecimento a um grande músico da terra norte mineira, o grupo de samba-choro Geraldo Paulista é formado por professores, e alunos do Conservatório Estadual de Música Lorenzo Fernândez.
Composto por Jukita Queiroz e Sebastião Andrade no violão, Jonathan Pinheiro no cavaquinho, Raphael Milo na flauta e Wanderdaik Fernandez no pandeiro. A formação é quase básica de choro. O grupo realizará neste domingo, 11, às 20 horas, o projeto choro na praça com instrumental Geraldo Paulista, na igreja Nossa Senhora Aparecida e São Francisco de Assis, no Bairro Major Prates.
(foto: MICHELLE TONDINELI)
Seresta Geraldo Paulista quer evolução musical.
O objetivo do projeto comunitário, em parceria com o Sesc de Montes Claros, é divulgar o trabalho, saindo da sala de aula e mostrando para as comunidades que não fazem parte do centro da cidade.
De acordo com Sebastião Andrade, ele não possui violão de sete cordas, e por isso precisa fazer milagres com o violão de seis. Ele ainda relembra quando o grupo surgiu no ano de 2004.
- Tudo começou com o professor Geraldo Paulista, ele juntava todos os alunos, e realizava um grande show. Quando resolveu fazer com os professores era um pouco mais estruturado. Com isso tivemos varias formações e vários grupos - diz.
Jukita Queiroz, coordenador do grupo, completa que as várias formações acontecem quando o próprio conservatório solicita em um evento, abertura de palestras, reinauguração, e aí, nos reunimos para atender a demanda.
- Em 2004, tínhamos a idéia de atender o conservatório, e também queríamos nos atender profissionalmente. Assim, tentamos divulgar fora da escola o chorinho, tendo uma remuneração para o grupo também. Como qualquer trabalho prazeroso e que demanda tempo, você deve dedicar muito, estar em um nível adiantado, que requer uma agilidade e conhecimento maior. Em 2004 já tínhamos essa visão, e pensávamos que também precisamos tocar, não precisa ter muita frequência - explica.
Montes Claros é vista por muitos, como cidade da arte, e da cultura, mas Tião acredita ainda faltar incentivo para muitos.
- Eu diria que Moc é um celeiro, tem muito artista que cria cultura e as várias linguagens artísticas, gente criativa. Eu particularmente, acho que ainda falta espaço, muitos ainda, estão presos ao centro cultural, e falta incentivo, as pessoas ainda tem a visão que o músico é farrista, e não é assim, ele é profissional. O número de artistas é grande, não dá para faltar espaço e incentivo. Se tivéssemos um teatro central, todos teriam acesso - diz.
Jukita analisa que pela cidade possuir o nome, muitas pessoas criam expectativas para assistir os grupos da cidades em suas apresentações externas.
- Ao meu ver, acredito que a cultura é mais pela religião, a cultura representa bem, e todo ano tem na cidade como as festas de agosto, e é dado valor. Em relação à arte, acredito que foi mais ali na década de 80, quando eu estava começando a me entender por músico, eu via que tinha muitos grupos na cidade e representando a música local, usando a região, cultura popular, religiosidade e folclore. Acredito que isso mudou, e nossa visão é resgatar isso. Acreditamos que os artistas têm que buscar também o que querem e como agir - argumenta.
Segundo Jonathan Pinheiro, o primeiro CD foi financiado pela ACI – Associação comercial e industrial, e tem algumas composições do Geraldo Paulista e do Mateo Carcado, representando muito a região e o grupo.
- A repercussão foi boa, e já estamos começando a compor o segundo cd, tem algumas composições minhas e do Jukita, ainda não temos o repertório completo para chegar e gravar. Nós mostramos nosso lado de compositor e estamos preparando bem – diz.
O figurino é uma das características que destacam o grupo, chapéu e calça branca, sapato preto e blusa com listras azul e branca compõem a turma. Jukita conta que a idéia surgiu um pouco antes de lançarem o primeiro cd.
- A idéia surgiu de todos do grupo e nós não conseguíamos achar algo. Aí, uma vez na rua, achamos a camisa, a calça, o chapéu e o sapato. Tínhamos uma graninha reservada e investimos. É legal nos shows apresentarmos uma coisa a mais, e chamar certa atenção. - Finaliza.
Para mais informações sobre o grupo ligue (38) 9985–4721.