Por Adriana Queiroz
 Elisa Pires sobe ao palco do Centro Cultural |
Nos dia 09, 10 e 11 de dezembro, o CCHP- Centro Cultural Hermes de Paula recebe o 1º Festival Flamenco com direção musical de Micael Pancrácio e direção e coreografia de Elisa Pires.
Elisa sempre gostou muito de dança em geral, ballet, jazz, aulas coletivas de academia, mas nunca levou muito a sério. Mas quando conheceu o flamenco, tudo mudou rapidamente e quando se viu, estava totalmente envolvida.
Ela iniciou seus estudos no flamenco em 2001, em Belo Horizonte, onde residiu nos últimos 21 anos. Tudo começou numa aula experimental quando decidiu se matricular em uma escola da cidade.
- Fazia aula uma vez por semana. Já no final do primeiro mês, quando me vi, já estava fazendo aula quatro vezes por semana. Descobri que estava apaixonada pelo flamenco e desde então resolvi dedicar à arte - revela.
Durante os primeiros cinco anos, conciliou seu consultório de psicologia ao estudo e ensino da dança, mas percebeu que o flamenco a completava de tal forma que acabou fechando as portas do consultório e dedicando-se a cursos dentro e fora do Brasil.
- Estudei com vários dos melhores profissionais brasileiros (que temos muitos) e da Espanha. Sendo que, ainda hoje, estou sempre buscando mais e mais cursos e workshops.
Decidida vir para Montes Claros, no fim do ano de 2015, ela conta que ficou preocupada quanto à aceitação pelo Flamenco em nossa região, mas logo se surpreendeu.
- Fiquei resistente justamente por achar que não teria campo na cidade. Foi difícil tomar a decisão de fechar minha escola em Belo Horizonte. Após trabalhar em várias grandes escolas na capital, em 2011, resolvi ter meu próprio espaço (escola, restaurante de culinária espanhola e casa de shows flamencos, tudo isso em um só lugar). Tinha uma escola bem consolidada, com mais de uma centena de alunos e alguns professores que me auxiliavam. Mas a saudade de casa, da família e de Montes Claros falou mais alto. Então arrisquei - conta.
Surpreendentemente, logo no primeiro e segundo mês de divulgação ela já tinha mais de uma centena de alunos interessados em fazer as aulas experimentais. No inicio de fevereiro, no primeiro dia de aula, noventa alunos fizeram a matrícula.
- Penso que apesar do flamenco ser um pouco restrito e muitos ainda não conhecerem, principalmente as mulheres, que estavam em busca de algo novo, algo que despertasse uma paixão pelo que se faz, e como e sinto muito esta paixão, não só atuando em shows, mas também em aula, creio que consigo passar e ate mesmo contagiar um pouquinho aos alunos iniciantes. Trabalhamos ritmo, musicalidade, postura, equilíbrio, coordenação motora, fortalecimento muscular, autoconfiança, autoestima, memorização, sensualidade, expressividade e sentimentos. Uma mescla de todos esses elementos torna a aula flamenca extremamente prazerosa, conta.
Para incentivar uma pessoa que nunca fez aulas a dançar, ela diz que o flamenco é uma dança que não tem não tem limites. Qualquer pessoa pode arriscar a aprender. Homens, mulheres crianças, adultos e pessoas na melhor idade. Vão bem para as magrinhas,gordinhas, pessoas que já fizeram algum tipo de dança ou pessoas que nunca dançaram.
- O flamenco é para todos. Eu diria para uma pessoa que nunca fez aulas de dança e para pessoas que “acham que são meio sem jeito”: arrisquem! E se você tem o sonho de dançar... Então, arrisque! Experimente com o coração aberto. Se entregue à arte flamenca e você irá se surpreender. Não estou dizendo que é fácil, mas para que todos que têm este sonho corram atrás dele, com persistência, porque é possível – assegura.
Sobre a impressão que cada aluno deixa na professora Elisa, ela diz:
- Lições de vida. De superação. Quando vejo o resultado do trabalho feito este ano em Montes Claros, com alunos que nunca haviam dançado flamenco e, ainda, alunos que na sua maioria nunca haviam feito outra dança, sinto uma enorme alegria e orgulho. Tenho vontade de aprender e de ensinar cada vez mais - finaliza.