Festival de cultura e arte negra

Jornal O Norte
Publicado em 05/05/2010 às 10:50.Atualizado em 15/11/2021 às 06:28.

Michelle Tondineli


Repórter



O mês de maio promete ser cheio de eventos alusivos à cultura negra. Dia 13 de maio é o dia da lei áurea, que será tema de discussão no Fecan - Festival de cultura e arte negra. Além disso, o evento pretende refletir com toda a comunidade sobre os motivos da abolição e se ela aconteceu de fato.  A abertura aconteceu sábado no Necun - Núcleo de estudos da cultura negra. A programação é extensa e vai até o dia 22 de maio.



De acordo com o organizador do evento, Hilário Bispo, o objetivo é resgatar a cultura negra e fazer uma interação com o movimento negro do Norte de Minas.



MICHELLE TONDINELI


Hilário Bispo diz que o Fecan pretende promover reflexão.



- Neste evento deixamos o dia 13 para debates e uma reflexão sobre os 122 anos de abolição. O mês de maio foi selecionado por ser a data da abolição, mas, que abolição é esta? Quando tivemos a ideia de fazer o Fecan, foi por este resgate, aliando política, cultura e fazer artístico de muitos artistas escondidos - afirma.



O evento será marcado por oficinas de samba, de máscaras africanas, de percussão, de dança afro, de hip hop, de grafite, de roda de capoeira, culinária africana e penteado africano, além do 3º Encontro de Negras e Negros do Norte de Minas, Juventude, Mídia e Racismo e do 1º Encontro de Grafiteiro.



Para Hilário, a discussão sobre 13 de maio será essencial para pensar sobre a mulher negra no mercado de trabalho, a juventude negra e as religiões da cultura afro.



- Fazendo estas discussões, podemos apontar o que o movimento negro acrescenta para o município. Penso que tem que ter uma parceria entre a entidade e o poder público. O conselho concilia as ações, em nível de município, estado e Brasil - afirma.



O Fecan traz novidades neste ano, com o salão de artes visuais, que será dividido em categorias como fotografia, desenho, escultura e pintura.



- Vamos fazer um trabalho com os grafiteiros, voltado para o povo da periferia. Queremos promover um bate-papo e grafitar um muro no local.  É um trabalho feito com muita dificuldade e estamos buscando apoio, uma divulgação maior, apoio das escolas - finaliza.



As inscrições são gratuitas, exceto para as oficinas de capoeira e penteados afro, para os quais será cobrada uma taxa, e podem ser feitas no DCE da Unimontes, no Necum e na casa da cidadania. Estudantes de nível superior recebem certificado e são mais de 50 horas de atividade.



FECAN PRETENDE FORTALECER MOVIMENTO NEGRO



O Fecan também realizará neste ano intercâmbio cultural com negros de outras cidades.



- Tentaremos nos programar para expandir mais para a região. A festa de encerramento vai ser com o pessoal do hip hop, o Black Consciente – afirma Bispo.



Para Hilário, o movimento negro cresceu muito nos últimos anos, o que fortaleceu o evento.



- Fazíamos movimentos isolados e hoje fazemos em conjunto, embora o movimento tenha tendências de pensamento diferentes. Hoje, a cidade já conta com Necun, para estudar o negro. E este crescimento vem da consciência de cada pessoa na sociedade, que faz a cultura afrobrasileira acontecer. Já realizamos várias conferências para negros e queremos que no espaço do Fecan, dia 13 de maio, possam ser colocados estes pontos em discussão - finaliza.

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