Espetáculo no Corredor Cultural homenageia obra de Elthomar Santoro
Nesta sexta-feira, 08 de maio, artistas, amigos e parceiros que conviveram com o compositor, poeta, cantor e homem do teatro Elthomar Santoro Júnior, se reúnem para celebrar sua obra musical
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Nesta sexta-feira, 08 de maio, artistas, amigos e parceiros que conviveram com o compositor, poeta, cantor e homem do teatro Elthomar Santoro Júnior, se reúnem para celebrar sua obra musical.
A homenagem, como não poderia deixar de ser, terá a forma de um espetáculo musical, com a participação dos músicos e intérpretes como Macim da Gaita, Jobert Narciso, Ismoro da Ponte, André Águia, Ricardo Vianna, Álvaro Vicente, Aroldo Pereira, Brown Marques, Deborah Rosa, Deusdeth Rocha, Karla Celene, Marcílio Maia e Sholmes Souto.
A apresentação acontecerá no Corredor Cultural Padre Dudu, a partir das 20 h, com acesso gratuito.
O evento é uma realização da Prefeitura de Montes Claros, através da Secretaria de Cultura, e tem apoio da 4.5, Vianna Studios, Gráfica São Geraldo e W & W Vídeo Produções.
Elthomar - Elthomar Santoro nasceu em São João da Ponte. Na infância e juventude residiu em Montes Claros, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Na década de 1980, retornou a Montes Claros, onde residiu com toda a sua família, até em setembro de 2014, mês que faleceu.
Atuou na cena rock brasileira através do movimento punk, com a Banda do Lixo, formada em Belo Horizonte e que tocou em várias partes do Brasil. Escreveu e produziu livros alternativos e espetáculos teatrais, tais como o polêmico “O caso das galinhas do prefeito”.
Como compositor, gravou vários CD’s. Várias de suas composições se espalharam por todo o país, ao serem gravadas por inúmeros intérpretes, sendo a “Rapariga do Bonfim” a mais conhecida delas, tendo, inclusive, mais de 30 gravações, em diferentes versões. Essa canção já faz parte do imaginário coletivo nacional: em rodas de amigos, é cantada espontaneamente, por diferentes gerações.
Rapariga do Bonfim
Meu amor, se você for embora
vou morrer de tristeza e de desgraça,
vou enterrar meu dente na cachaça,
se você me abandonar.
Te dei carinho, um nome e um lar,
um baita de um anel de grau,
um disco do Sidney Magal,
uma conta no Banco do Brasil.
500 contos de perfume Jatobá,
1 litro de licor de pequi.
1 jegue importado do Iraque,
1 sutiã da Jacqueline Onassis.
Mas agora que tu quieres ir embora para sempre,
que me mate, que me mate, que me mate.
Perchè viver sem você
será um disparate.
Me lembro o dia em que nos conhecemos,
era domingo à tarde na Praça da Sé.
Você corria alegremente atrás dos pombos
e eu chupava o pauzinho do picolé, pois é!
Avancei do Canivete pro Paioso
e eu, nervoso, quase pisei no seu pé.
Atravessamos o Viaduto do Chá,
fomos tomar pão molhado com café.
Me contaste que teus sonhos eram tantos
conhecer Paris, Guarapari e o Silvio Santos.
Se envergonhava de ser uma lavadeira,
uma mãe solteira, que rachou o tubi
E, agora que tu tens uma casa com jardim,
manicure, pedicure, curriolas e um barzim,
e me põe para fora da cerca e diz-me:
Vá-se embora, pelo não e pelo sim
És indigna,
malvada,
infusada,
rapariga do Bonfim.
Rapariga do Bonfim foi escrita entre 1977 e 1978 por Elthomar Santoro e gravada por Ismoro da Ponte em 1983.