Michelle Tondineli
Repórter
A escultura pode ser definida como a arte de moldar ou talhar determinados materiais, como madeira, argila, pedra, metais, entre outros. O escultor produz uma escultura usando criatividade, sentimentos e ideias. Ele cria volumes e formas e define espaços numa escultura. No processo de produção escultural, o artista pode utilizar várias técnicas, como fundição, moldura ou o trabalho com ferramentas na matéria-prima bruta.
A artistas plástica Clara Regina atualmente tem esculturas expostas no centro cultural Hermes de Paula, na exposição Olhar Feminino. De acordo com ela, trabalhar com a arte em geral em Montes Claros é difícil.
- O mercado fora de Montes Claros é melhor. Apreciam e compram mais. Aqui o público gosta do trabalho, mas nem sempre compra. Eu não acho que tenho concorrentes, meu trabalho é diferente, no meu estilo só tem eu aqui na cidade, e na arte cada um tem seu gosto e seu olhar diferenciado. É complicado este assunto de concorrente - diz.
(MICHELLE TONDINELI)
Clara Regina ainda tem alguns de seus trabalhos em casa.
Clara Regina diz que começou a trabalhar com arte quando estudava desenho industrial.
- Tinha uma matéria de arte e acabei me apaixonando. Quando pego no barro, eu já tenho uma ideia do que fazer, não produzo nenhum projeto de detalhes por detalhes. À medida que vou modelando que vem a inspiração, é muito do sentimento, do que sinto na hora - afirma.
Às vezes, a artista trabalha em diversas peças diariamente.
- Trabalho de manhã com uma, à tarde com outra e de noite também. Para fazer a peça, depois que a inspiração veio, posso terminá-la em um dia. Mas, geralmente, demoro uma semana até decidir que ela está pronta para os retoques e utilização das técnicas finais - diz.
Quando o assunto é material, Regina diz que é algo difícil de se conseguir. Ela depende de doações de algumas fábricas de fora de Montes Claros.
- Atualmente arrumo o barro em Salinas, aqui não tem o material. Temos dois tipos de barro, depois de queimado, ou ele fica vermelho ou branco. E nesses tons, dá para trabalhar com tinta cobre, preta ou prata. Não costumo comprar, ganho o barro bruto e eu mesmo amasso. Eu recebo o pó e depois só misturo a água e o papel, ou outro material que eu queira. Deixo estocado no balde e começo a trabalhar. Para trabalhar, preciso de inspiração, do barro e das minhas mãos, às vezes uso pincel – afirma.
Para a artista, é mais fácil fazer as peças encomendadas, sob medida e ao gosto do cliente.
- Gosto mais de trabalhar com encomenda, porque a escultura não é uma arte muito difundida. As pessoas costumam gostar mais de tela, quem gosta de escultura sabe apreciar e pede com os tamanhos determinados. Eu faço umas mulheres de corpo inteiro com uns 30 cm de altura, e faço busto quase que do tamanho natural - diz.
Regina diz ainda que acaba se apegando às suas obras, pela singularidade de cada uma delas. Às vezes, dá vontade de ficar com a peça.
- O único trabalho que não quero ficar é por encomenda; por exemplo, um busto eu não tenho tanto apego àquela escultura. Quando me pedem qualquer escultura eu faço e depois tento fazer igual para mim, mas nunca a segunda fica igual à primeira. Eu sempre tenho meus trabalhos de memória, com exceção de busto - afirma.
Quanto a expor, algo complicado às vezes, Clara Regina diz que procura sempre participar de confluências e exposições.
- Já fiz uma confluência individual com 20 peças e já participei de exposições em parceria, levando três peças. Quem vai para exposição achando que vai vender tudo não é, e ela é complicada de armazenar em casa. Quando é assim, costumo presentear as pessoas que gosto - finaliza.
Regina realiza a divulgação de seus trabalhos pelo famoso boca-a-boca e ultimamente não está trabalhando com estoque, apenas por encomenda. Outras informações (38) 3221–8141.