Escritora montes-clarense lança “Era Uma Vez – a Busca”, na Bienal do Livro de Minas
Para Ana Gabriela Ribeiro Pereira, de 16 anos, a Bienal do Livro representa uma porta que se abre numa grande oportunidade de conhecer escritores que tanto admira de perto e a quebra barreiras entre escritores e leitores
Por Adriana Queiroz
![]() Bibi Ribeiro na Bienal do Livro |
Para Ana Gabriela Ribeiro Pereira, de 16 anos, a Bienal do Livro representa uma porta que se abre numa grande oportunidade de conhecer escritores que tanto admira de perto e a quebra barreiras entre escritores e leitores.
- É quase mágico. Muitas vezes, quando vou falar do meu livro, as pessoas ficam encantadas com a minha proximidade com eles e com o quanto nos parecemos. Em torno do escritor há uma aura de misticismo, em que os leitores pensam que nós somos quase de outro mundo e, na feira, é colocada essa possibilidade de unir ambos os universos e mostrar que um só existe devido à existência do outro e que, no final, todo mundo é gente, todos com medos e sonhos - conta.
Ana Gabriela, conhecida como Bibi, nasceu em Montes Claros no fim dos anos 90. A jovem escritora é cheia de planos, sonhos, desejos, medos e ambições e diz que o mais quer é poder viver da escrita e conseguir atingir às pessoas para as quais escreve.
- Penso que escrever é a minha melhor forma de contribuir para um mundo melhor, afinal, “livros não mudam o mundo. Livros mudam pessoas e pessoas mudam o mundo” – cita.
Além de escritora, Bibi é leitora voraz, apaixonada pelos livros e seus escritores, mas descobriu que escrever é sua maior paixão.
Ela conta que desde pequena seus pais a incentivaram a ler, e, nessa época, já escrevia pequenas histórias, algumas até mesmo ilustradas.
Foi ao ler “Fazendo meu filme” que a jovem Bibi descobriu que os livros podem ser simples e fluidos como um diálogo e não estava tão longe de suas mãos a possibilidade de escrever também. Ela diz que teve grande incentivo da escola e acabou conhecendo leitores clássicos, como Machado de Assis, José de Alencar, Joaquim Manuel de Macedo e tantos outros que foram capazes de lhe cativar e mostrar a quantidade de ramos pelos quais ela poderia seguir a literatura.
- A cada livro lido, aprendia mais e via que cada autor tinha sua marca própria de escrita e eu poderia fazer uso de várias delas, ou até criar a minha própria, conforme o meu interesse. Imagino que esteja aí a parte mágica da literatura: nenhum livro é igual ao outro. Cada um tem seu próprio tom e há leitores para todos eles, conta.
“Entre Linhas”, seu primeiro livro, surgiu de forma quase inusitada. Aos 13 anos, resolveu escrever pequenas histórias (que depois descobriu serem crônicas) sobre momentos únicos, muitos deles fictícios, que brotavam em imaginação de uma adolescente sonhadora que queria viver além do que estava acontecendo em sua vida.
-Tudo não passava de uma distração, que era aos poucos construída em um velho fichário rosa. Até que um dia resolvi revelar esses pequenos textos para alguém. Noêmia Coutinho, uma adorada professora de literatura, acabou com o fichário em mãos. E foi ela quem voltou com a inesperada ideia de transformar aqueles papeis amassados em livro. Foi a primeira vez que eu realmente quis ser alguma coisa na minha vida. Eu queria ser escritora - revela.
Para ela, muitas de suas histórias surgem ao acaso. Uma frase, um diálogo, uma imagem. Qualquer coisa serve de inspiração para Bibi. Algumas vezes, diz que usa de características das pessoas à sua volta para desenvolver personagens e uma simples conversa entre estranhos faz com que ela crie mil contextos para elas, que acabam sendo inspiração para outras histórias também.
- Algumas pessoas chegam a dizer que acham a protagonista do meu livro muito parecida comigo, tanto fisicamente como com algumas características de sua personalidade (agitada e falante). Mas isso eu deixo para o leitor decidir.
Para aqueles que querem entrar no mundo de literatura, a jovem Bibi deixa um conselho.
- Antes de surgir essa oportunidade para mim, ser escritora era a última coisa que se passava pela minha cabeça. Para a maioria das pessoas escrever um livro é algo totalmente fora do comum e, mesmo para quem escreve, a parte de publicação é vista como um bicho de sete cabeças. No entanto, não é tão difícil assim! As coisas acontecem com tanta simplicidade, que, com um pouco de dedicação e força de vontade, as oportunidades surgem naturalmente. Basta ter persistência e realmente querer. Gosto muito da frase “Vá firme em direção a sua meta, pois, o pensamento cria, o desejo atrai e a fé realiza.”, pois ela traduz exatamente o que penso e seria o que eu diria para as pessoas que tem esse desejo ou qualquer outro – finaliza.
![]() “Era uma vez- a Busca” conta a história de Isabella, uma jovem adolescente que nunca se encaixou em nenhum grupo e com dificuldades de relacionamento com outras pessoas. Na foto com escritores da Editora D’Plácido, seus novos colegas |
•Passatempos: ler e escrever, ouvir música, cantar, tocar violão, ver filmes, brincar com minhas cachorrinhas, sair com a família e com os amigos e conversar (muito)
Filmes Favoritos: Não gosto de ter filmes, séries e livros favoritos, pois penso que cada um é diferente do outro e não sou capaz de decidir de qual gosto mais. Tenho preferência por comédias românticas com Jennifer Aniston, como “Esposa de Mentirinha”, romances como “O melhor amigo da noiva”, “Juntos pelo acaso” e “Vestida para casar” e comédias em geral, com Adam Sandler, Leandro Hassum, Fábio Porchat e tantos outros. Aprecio muito a comédia nacional, como dos filmes “Loucas para Casar”, “Até que a sorte nos separe”, “Mulheres ao Mar” e vários outros. Penso também que, assim como a literatura, os filmes nacionais deveriam ser mais valorizados.
Músicos Favoritos: Também tenho o estilo bem diversificado em relação à música. Aprecio a Música Popular Brasileira e vários outros internacionais. Entre os meus favoritos estão Nando Reis, Djavan, Ana Carolina, Marisa Monte, Kid Abelha, Skank, Maria Gadu, Beatles, Ed Sheeran, Maroon5, Bruno Mars, Adele, Taylor Swift, Sam Smith, Bryan Adams.
Livros Favoritos: Estou em um momento de minha vida que minhas principais leituras são de livros nacionais, como da Carina Rissi, Thalita Rebouças, Marina Carvalho, Bruna Vieira, Iris Figueiredo, Babi Dewet e tantos outros que ainda têm pouco reconhecimento, mas grande talento. Imagino que, assim como os filmes nacionais, a literatura nacional também seja pouco valorizada e mereça maior destaque. Afinal, entre nós esteve Machado de Assis, José de Alencar, Joaquim Manuel de Macedo (todos já citados anteriormente) e ainda há muitos escritores com tão grande talento, mas que ainda não tiveram o reconhecimento merecido.