‘Mulheres, tenham coragem!’

Em novo livro, multiartista Cyntia Pinheiro narra a história da menina Pi-wii e seus irmãos

Adriana Queiroz
O NORTE
18/03/2022 às 00:50.
Atualizado em 18/03/2022 às 09:56

Cyntia Pinheiro nasceu em Montes Claros, mas tem o registro de nascimento feito em Taiobeiras. Vive em MOC há 26 anos. Formada em música pela Unimontes, com pós-graduação em Arte-Educação, trabalha há 22 anos no Conservatório Estadual de Música Lorenzo Fernandez (Celf), onde é professora de canto. Tem sete livros publicados sobre poesia infantil e adulta, ópera, contos, crônicas e reflexões. Também já escreveu dois livros como ghostwritter (escritor fantasma: uma biografia e um livro sobre hipnose. E está prestes a publicar o romance Pi-wii.

 
O que lhe inspirou a escrever Pi-wii? Há aspectos de sua vida pessoal na história?
Pi-wii é um livro completamente diferente de tudo o que já fiz e estou muito orgulhosa desse trabalho. Não há nada sobre mim na história. Eu literalmente tive um sonho bem maluco que me inspirou a escrevê-lo. Trata-se de um romance que se passa no Camboja.
 
Como você recebeu a notícia de que em pouco tempo o original de seu livro foi analisado e você assinou o contrato?
Pedi a Mara Narciso, que é médica, jornalista e membro da Academia Feminina de Letras de Montes Claros, que fizesse uma leitura crítica do trabalho e ela foi de uma generosidade extrema, fazendo apontamentos necessários e que contribuíram grandemente para o resultado do texto. Em seguida a professora Marina Couto, doutoranda em literatura e membro da mesma Academia, fez outra leitura com o olhar de revisora. Ambas foram essenciais para que o meu livro ficasse tão precioso. Somente depois de obter tais contribuições tomei coragem e enviei o original para grandes editoras do Brasil, tendo a enorme surpresa de tê-lo aprovado pela Editora Flyve apenas dois dias após o envio. Ainda sinto-me nas nuvens por essa grande conquista. Para coroar tudo isso, recentemente tive notícias de que o nobilíssimo presidente da Academia Montesclarense de letras, Petrônio Braz, teve acesso ao original, emitindo uma opinião super positiva a respeito.
 
E as vendas serão a partir de maio? 
Entrará em pré-venda em maio, devendo ser lançado em junho. É muito importante que todos os meus amigos adquiram seus exemplares ainda em pré-venda porque é quando a editora conhecerá meu potencial com relação a número de leitores, o que fortalecerá minha imagem e abrirá outras portas para mim, então espero poder contar com a ajuda de todos. Em junho pretendo fazer uma noite de entrega e autógrafo. 
 
Que conselhos daria para mulheres escritoras que estão começando na área?
Mulheres, tenham coragem! Eu tenho certeza que nenhuma dificuldade é maior do que todas as dificuldades que a menina Pi-wii enfrenta na história contada em meu livro, e ela tem uma força tão grande que certamente trará novo sentido para a vida de muita gente.
 
Você também é maquiadora. Como foi o processo de torna-se escritora?
A escrita é algo que nasceu comigo. A maquiagem foi uma temporada muito bonita de minha vida, uma extensão de minhas habilidades de artista, que eu nunca deixarei de fazer, mas que agora não está mais no foco.
 
Como conciliar a vida de escritora, maquiadora, esposa, mãe e mulher?
Toda mulher é malabarista da própria vida. Ainda não entendi muito bem como consigo conciliar tantas coisas, tantas habilidades, tantas vontades e realizações, não devo ser normal (risos). Às vezes dou uma surtada, quem não dá? Mas não consigo ver minha vida de outra forma. Sou uma mulher hiperativa, sempre fui e acho que isso não vai mudar tão cedo.

Confira em primeira mão a sinopse do livro e comece a viajar nessa história
O livro Pi-wii traz a história de cinco crianças do Camboja, no sudeste asiático, que são órfãs de mãe e cujo pai é um homem cruel, violento e que pode ser considerado completamente louco. Cada criança conta um pouco da história, de como tentam fugir para escapar da miséria, dos abusos, da violência extrema a que são submetidos. Pi-wii é a mais velha, tem 12 anos e assume precocemente o lugar de mãe dos seus irmãos sentindo-se responsável por protegê-los, nutri-los e amá-los, mas vários desencontros e tragédias vão acontecendo em meio a uma trama cheia de revezes de cortar o coração.

O Camboja é um país sofrido que ainda guarda marcas da guerra ocasionada pelo regime conhecido como Khmer Vermelho que vitimou um milhão e meio de pessoas na década de 1970. O livro traz alguns traços desse passado de horror de modo a situar o leitor da desumanidade vivida por aquele povo e cujas consequên-cias ainda ecoam no tempo presente, como por exemplo a necessidade que a fome gerou de uma alimentação alternativa, levando-os ao hábito de consumo de animais peçonhentos.

Mas a história da menina Pi-wii e seus irmãos ganha fôlego quando eles finalmente conseguem se afastar da vila misérrima de onde vieram, não sem muitos problemas de levar às lágrimas os leitores mais sensíveis. Será que vidas tão sofridas podem encontrar alguma felicidade? Será que todos alcançarão um bom destino? Somente lendo o livro até o final o leitor encontrará tais respostas, não sem antes se emocionar pelo caminho com as imagens que rasgam o peito expondo de forma poética muitas dores, mas também alegres surpresas.

Acompanhe a escritora pelo site: cyntiapinheiro.prosaeverso.net

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