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Terça-Feira,26 de Agosto

Diversão e arte para qualquer parte

A inquietação e criatividade do escritor e fotógrafo Osmar Oliva, de Brasília de Minas para o mundo

Jornal O Norte
Publicado em 28/01/2016 às 07:00.Atualizado em 15/11/2021 às 15:50.








Essa é uma das fotos de Osmar Oliva que chama a atenção nas redes sociais

 

Adriana Queiroz
Repórter

O perfil de hoje conta a história do escritor e fotógrafo Osmar Oliva. Norte-mineiro, da cidade de Brasílias de Minas, Osmar é filho de pai carpinteiro e mãe dona de casa, uma família de nove irmãos. Desde criança, é apaixonado por literatura e criações de moda. Foi um dos mais assíduos leitores da Biblioteca Pública Adelaide de Medeiros, desde os primeiros anos escolares. Na pobreza do lar paterno, seus momentos de diversão aconteciam na fazenda Cocal ou na casa da avó paterna, de onde traz as melhores lembranças.

Ainda criança desenhava e criava modelos de roupas para as bonecas de suas irmãs mais novas. Interessou-se pela fotografia também na adolescência, realizando pequenos trabalhos para familiares e amigos, sem ter feito qualquer curso. Não tinha consciência de que seu avô paterno, Plácido Ferreira de Oliva, mais conhecido como Duzin Fotógrafo, era o único e tão solicitado profissional da cidade e região. Muitas famílias tradicionais de Brasília de Minas possuem fotos feitas por ele.

Estudou sempre em escola pública, trabalhando durante o dia, na lavoura ou nas olarias de tijolos. Formou-se em Letras, tornando-se, em poucos anos, mestre e doutor em estudos de literatura. É artista plástico, poeta, contista, ensaísta e, agora, um pouco mais dedicado à arte fotográfica, com ênfase nos editoriais de moda.

Osmar tem dezenas de livros - de contos, de poesia, de crítica literária - publicados em mídia impressa. Tem dois livros em andamento, um de poesia e outro de narrativas breves, pela metade cada um.

Osmar nos conta que foi um menino sofrido, mas cheio de esperança, resistente e ousado.Dentre as inúmeras profissões que exerce, atualmente tem se dedicado à fotografia, com ênfase nos editoriais de moda.

-Sempre fui fascinado pelo mundo da moda e por fotografias. Hoje, que tenho mais tempo e consciência artística, tento juntar as duas coisas e achar um caminho. Sobre a moda, tenho coisas importantes para dizer da minha infância, mas ainda não é a hora.

Para se inspirar, Osmar está sempre antenado no trabalho do fotógrafo italiano Giampaolo Sgura enos editorias da Vogue, influente revista feminina de moda, que mensalmente publica trabalho de estilistas, escritores, fotógrafos e designers dentro de uma perspectiva sofisticada do mundo, da moda, beleza e cultura pop.

- A arte é libertadora e nos oferece uma saída, nos dá esperança. Em minha infância pobre, a literatura me ofereceu um mundo que eu não conhecia, e que me dava alegria e vontade de viver. Uma vontade de ultrapassar limites. Hoje, minha fé, aliada à pintura, à literatura e à fotografia, continua preenchendo meus vazios existenciais e dando ânimo para fazer algo mais - conta.

Osmar diz que o cronista, contista, dramaturgo, jornalista e poeta Machado de Assis marcou sua infância e que cada escrito seu o toca profundamente. Para ele, a velocidade da comunicação desafia sua produção, principalmente as redes sociais.










O escritor e fotógrafo Osmar
Oliva


 

- Elas modificam em segundos. Sou muito inquieto, meus amigos me falam que eu sou hiperativo e essa velocidade da comunicação me atiça ainda mais. Tenho vontade de fotografar todos os dias. E todos os dias tenho ideias novas. O que me faltam são modelos e trabalho - revela.

Em relação ao seu processo de produção, ele diz que seu olhar mudou significativamente nos últimos cinco anos.

-A fotografia vem me mostrando coisas que eu não percebia com os olhos. Eu leio muito e compro revistas de moda, além dos sites, buscando conhecer o trabalho de outros artistas. O processo de produção começa, então, vendo pessoas e lugares inesperados. Sinto-me atraído e penso um trabalho. Eu compro muitos acessórios baratos, compro tecidos e eu mesmo faço alguma peça - corte e costura malfeitos, claro - ou peço a uma costureira profissional para fazer. Tenho projetos ousados, inovadores, mas a maioria dos modelos não gostam, não querem fazer. Eu quero fazer fotos mais artísticas, exóticas, que não pareçam fotografias reais, chegara um ponto em que minhas fotos fiquem no limite com a pintura, mas que a essência editorial de moda esteja lá também - explica.

Sobre tudo, ele faz questão de um agradecimento.

- Primeiro, a Deus, por todas as coisas que Ele me deu. Até os tempos difíceis. E ao O Norte, que abre espaço mais uma vez para eu falar do meu trabalho. Todo artista quer ver sua obra em foco. Eu quero muito que as pessoas vejam e discutam minha obra. Muito Obrigado!

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