O ‘ER’ da questão

‘Ditarso Dança’ apresenta espetáculo no Centro Cultural Hermes de Paula

Adriana Queiroz
genteideiascomunicacao@gmail.com
Publicado em 31/07/2024 às 19:00.
Após o término desta temporada, companhia interromperá o trabalho com ER para se concentrar nos novos projetos (Acervo Ditarso Dança)

Após o término desta temporada, companhia interromperá o trabalho com ER para se concentrar nos novos projetos (Acervo Ditarso Dança)

Entre 2 e 4 de agosto, o Centro Cultural Hermes de Paula apresenta o espetáculo de dança-teatro “ER”, produzido pela companhia Ditarso Dança. O evento conta com o apoio da Lei Paulo Gustavo (Lei Complementar nº 195/2022).

O bailarino, coreógrafo e diretor do espetáculo, Paulo Di Tarso, relata que serão as três últimas apresentações de uma temporada que começou na semana passada. E que o espetáculo tem vários marcos.

“Traz consigo vários marcos. O primeiro, que, para mim, pessoalmente, é o mais importante, é o meu retorno ao palco. Quando criei o ‘ER’, criei para fazer uma peça da qual eu iria me despedir desse fazer artístico. Na verdade, retomei minha carreira como bailarino com esse espetáculo. Depois, foi um espetáculo que trouxe uma proposta estética nova para o que acontecia na cena artística de Montes Claros, nas artes cênicas da cidade. E acabou se tornando um marco estético, um espetáculo divisor de águas na história da dramaturgia da cidade. 

Segundo Di Tarso, não era essa a intenção, mas foi o que aconteceu, e no começo o grupo tinha até medo de que as pessoas fossem levantar e sair do espetáculo.

“A gente estreou preparado para isso, mas não aconteceu, ao contrário, quando chega no final do espetáculo, a gente vê um público todo emocionado, muito sensibilizado com a vivência cultural que receberam, que tiveram, e aí a gente ficou muito feliz. Provavelmente, ficaremos algum tempo sem apresentar o “ER” em Montes Claros, porque nessa temporada longa a gente fez um bom público. 

Após o encerramento dessa temporada, a companhia parará com ER para se dedicar aos novos projetos. Uma oportunidade a que, segundo Di Tarso, o montes-clarense tem de assistir e estar preparado para lidar com o seu inconsciente.

“Sim, com memórias, sentimentos, tudo na delicadeza que não promove um entretecimento e sim uma sensação de alívio, de grandeza, a beleza do espetáculo conduz um espaço muito bonito. A plateia saiu realizada emocionalmente. Esse espetáculo ER tem uma classificação etária de 14 anos porque é um conteúdo bastante complexo para um pré-adolescente e um adolescente com menos de 14 anos vivenciar”, afirma. 
 
DRAMATURGIA PROVOCATIVA
Denise Amaral participa do espetáculo. Natural de São Paulo, mas, pelo tempo de vivência, já se considera montes-clarense. É formada em artes dramáticas pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). Sua trajetória nas artes iniciou como aluna no Conservatório Estadual de Música Lorenzo Fernândes (Celf). 

“Quando entrei na Di Tarso de dança, me apaixonei pela dança. Porém, tive uma pausa devido à maternidade e continuei minha trajetória no teatro, no grupo teatral Olho de Gato. Logo após, o Paulo me convidou para fazer uma participação no espetáculo ‘Noite Encantada’, um espetáculo maravilhoso, que visitou várias cidades do Norte de Minas. E quando vi o processo de seleção para o projeto do novo espetáculo da Ditarso, fiquei muito feliz, porque era a oportunidade de eu consolidar o trabalho com ele. E aí surgiu o ‘ER’. Foi um processo de criação gostoso de se fazer, de muito autoconhecimento e crescimento como artista. Para mim, o ‘ER’ tem uma dramaturgia provocativa de aguçar sensações, sentidos, sentimentos guardados na memória. O espetáculo não tem o interesse de deixar a plateia confortável, mas sim de provocação. É um espetáculo que perpassa várias camadas do ser humano” diz.

Já Matheus Schneider, o espetáculo “ER” é um trabalho de sentimentos intensos e reflexões profundas. “Nosso diretor diz não haver personagens nessa peça: em cima do palco atuamos como nós mesmos, abrindo nossas vidas, memórias e emoções de uma maneira sensível e violenta. Podemos então entender que somos personagens de nós mesmos. Meu trabalho é buscar ser luminoso, transparecer pureza. Alguns espectadores dizem que represento uma criança interior, que todos nós temos. Para mim, meu papel vai do 0 ao 80, passando de um jovem sonhador para um homem libertador”, diz.

As apresentações para o “ER” acontecem no Centro Cultural Hermes de Paula nos dias 2 e 3 às 20 horas e dia 4 às 18h. A apresentação de domingo terá tradução para linguagem de sinais e gratuidade para pessoas com deficiência. 

Os ingressos custam R$ 40 (meia) e R$ 80 (inteira) e podem ser adquiridos direto na bilheteria e na plataforma Sympla. A aquisição pela plataforma Sympla garante um desconto de 30% no valor da Inteira com o cupom ER30. Mais informações, pelo contato: (38) 99927-7125.

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