O montes-clarense Diógenes Câmara, antes de atuar nos palcos, foi um dos maiores desportistas do Norte de Minas.

Aos 11 anos de idade já era bicampeão mineiro de natação, estilo nado-livre. Aos 12, foi convocado para a seleção mineira onde disputou e ganhou o título de campeão brasileiro em nado-livre realizado em Porto Alegre.

Dione Afonso





A cantora Maristela Cardoso, o pianista Isaias Ramos, o ator Diógenes Câmara e Mestre Batista

Aos quinze anos era titular do juvenil do futebol de campo do Ateneu onde representou Montes Claros no Rio de Janeiro, em uma partida no Maracanã, contra o juvenil do Flamengo, na preliminar das eliminatórias da Copa do Mundo entre Brasil e Iugoslávia, em 1956.

Anos mais tarde, foi morar em Belo Horizonte para continuar seus estudos e passou a competir pelo Minas Tênis Clube.

- Foram tempos difíceis, mas fiz muitos amigos e tive o apoio da minha mãe, dona Maria Vasconcelos Câmara, que me deu o maior apoio e acompanhou minha trajetória de nadador. Hoje ela está com 92 anos e lúcida.

No Minas Tênis, Diógenes começou os primeiros passos no basquete e aos 16 anos já disputava o campeonato juvenil mineiro pelo clube.

Aos 18 anos teve que retornar a sua terra natal, Montes Claros, para se alistar no TG 87, Tiro de Guerra.

- Nessa época, Montes Claros iria disputar o Campeonato Mineiro de basquete em Juiz de Fora e o técnico Zim Bolão me convocou por saber que eu já jogava e fiz parte da seleção montes-clarense, ocasião em que conseguimos ficar em terceiro melhor time de basquete de Minas - lembra.

Outra fase importante para Diógenes foi em 1962, ao ingressar no Banco do Brasil e junto com um dos maiores jogadores da época e seu amigo particular, o Willian Santos, foram eleitos os melhores jogadores de futebol de salão de Minas Gerais.

- Willian foi meu melhor amigo de infância, fizemos o concurso e ingressamos juntos no Banco do Brasil e durante nosso período de futsal, a amizade se fortaleceu. Infelizmente ele não está mais conosco. Morreu no ano passado - diz Diógenes.

NOS PALCOS

Nos palcos, a história de Diógenes começou no clube de jovens It Clube, um grupo se reunia duas vezes por mês para contar as novidades, falar de teatro, entre outras.

- Éramos estudantes do Colégio Diocesano, Imaculada, do Instituto Norte Mineiro e a primeira peça foi Pluft, o Fantasminha, com direção de Mercês Prates, mãe do cinegrafista Carlos Alberto Prates. Contracenei com o saudoso Antônio Carlos Amaral, ex-funcionário do Banco do Brasil, o radialista Gelson Dias, Regina Machado Coelho entre outras - conta.

Depois de Pluft, o ator participou na peças A margem da vida, onde atuou como diretor, produtor e ator.

Também atuou em Amanhã se não chover, espetáculo que inaugurou o palco do Automóvel Clube. Em Miquelina, o ator fez o papel do alcaide com direção de Guinard, que veio especialmente de Belo Horizonte para dirigir a peça.

O ator também participou de vários monólogos tais como As mãos de Eurídice, A vida de Procópio Ferreira, Eu, Jesus, e o mais recente de todos, Confidência de um espermatozóide careca, que valeu a sua indicação para participar do 1º Festival de Humor do Norte de Minas, promovido pelo cartunista Márcio Leite, realizado nos palcos da Escola Técnica.

No teatro infantil trabalhou com peças Pinóquio, A anta, o lobo mau e os três porquinhos e ainda a Bela e a Fera.

Um de seus maiores sucessos foi Odorico, o Bem Amado, com direção e adaptação de Mestre Batista.

Para aqueles que já o conhecem como um dos grandes artistas da região, terão a oportunidade de assisti-lo em uma outra fase de sua trajetória, Diógenes sobe ao palco para interpretar as crônicas de Antônio Maria.

Diógenes por Diógenes


Peça: São muitas, mas estou lembrando da  comédia,  O espírito baixou em mim


Livro: Crônicas de Luís Veríssimo


Montes Claros: Minha vida


Saudade: Dos amigos que já se foram


Filme: Shane


Comida: Macarronada


Ator: Antônio Fagundes


Atriz : Glória Menezes


Esporte: Futebol


Música: Samba-canção


Religião: Católica


Sonho: A construção de um teatro a altura de nossa cidade


Desafios: Inaugurar esse teatro com um monólogo, vivo é claro!