Da Redação
O cantor, compositor, humorista e ator montes-clarense Tino Gomes adotou de vez o Rio de Janeiro, onde está colocando em prática seus vários atributos artísticos, inclusive na Rede Globo e no teatro. A mais recente investida do forrozeiro e repentista, um dos fundadores do Grupo Raízes, é o cinema.
Em contato com o blog A Província – www.reginauro.blogspot.com -, Tino Gomes disse que vai estrear no teatro – como autor e não apenas como cantor – no próximo dia 1º de outubro, fazendo um dos principais papéis de Um lugar chamado recanto, com direção de Fred Mayrink, também diretor da novela Caminho das Índias, na qual Tino fez um ponta. Ele contracena inclusive com Nívea Stelmann, estando a primeira temporada programada para o Teatro Clara Nunes, na Gávea.
(foto: DIVULGAÇÃO)
Neste mês de agosto Tino está fazendo uma participação no filme A hora e vez de Augusto Matraga, em nova versão dirigida por Vinicius Coimbra. Para isso deixou crescer a barba, mesmo visual que faz seu personagem no teatro.
- Sabe qual é minha maior alegria? É que as imagens de minha infância não saem do meu coração. Tanto que minha inspiração para o personagem da peça são duas figuras do folclore de Montes Claros: Mané 400 e Nen Galinha – conta Tino Gomes.
Ele diz estar impressionado com o profissionalismo da equipe de produção, principalmente no que se refere ao cenário e ao figurino. Mas Tino deixa toda essa superprodução de lado quando se apresenta “de cara limpa” em um stand up que está fazendo para empresas, no qual fala de “poesia, cantoria e uns causin de safadeza”, como este:
O cara morria de medo de avião. No balcão do aeroporto, quando a moça perguntou que lugar ele preferia, respondeu:
- Dentro da caixa-preta, por favor!
Segundo Tino, o ruim quando o avião está cainho é que tudo que você segura está caindo junto com você... Ele próprio, antes de voar, amarra bem o sapato, “para ficar me incomodando e eu me esquecer do avião...”
O stand up é encerrado com um texto de Carlos Alberto Ratton chamado Marombaldo, que é na realidade uma sátira em cima do personagem Riobaldo, de Guimarães Rosa.
- Vou te contar uma verdade: eu demorei vir pro Rio. Mas, hoje, vejo que as coisas acontecem só aqui mesmo. Estou até mais maduro para fazer qualquer papel, mas não esqueço minhas raízes. Tanto que, junto aos músicos do Rio, coloquei Valmir Melancolia e Joaquim Carlos para fazer a peça-musical, lembrando o antigo Terno de São Benedito. A diferença é que a gente usa o mesmo esforço que você faz para mostrar uma peça para mil pessoas em BH e mostra para 1 milhão no Rio – conclui.