De volta, o Prego de Linha

Produtor cultural e percussionista, Augusto Gonzaga planeja para este ano o retorno aos palcos do grupo que ganhou os holofotes pela releitura da música regional

Adriana Queiroz
12/02/2019 às 07:33.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:30
 (Divulgação)

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Ele nasceu em Belo Horizonte, mas vive em Montes Claros desde criança, onde despertou para a música e foi um dos fundadores do grupo Prego de Linha, que se destaca pelo resgate da música regional norte-mineira com uma releitura experimental.

Aos 55 anos, o produtor cultural e percussionista Augusto Gonzaga tem como principal projeto para este ano trazer de volta aos palcos o grupo criado em 1998, que teve como participantes também Xita do Pandeiro e Saldanha Rolim.

Recentemente, o grupo se apresentou no evento “Amigos Cantam Braúna”, uma homenagem ao saudoso compositor Ildeu De Jesus Lopes, conhecido por Braúna, que faleceu em 2015. Braúna foi um dos fundadores, na década de 1970, do grupo musical Agreste, que ganhou projeção nacional e marcou história no curto tempo em que existiu.

Dividiram o palco com Gonzaga Deborah Rosa, Marcílio Maia, Aramis Mameluque, Carlos Soyer, Bob Marcílio, Sérgio Damasceno, dentre outros.

O interesse de Gonzaga pela música começou cedo, quando, aos 14 anos, foi trabalhar na empresa Flash Black Som e na Central de Comunicações, primeiras experiências profissionais.

“Funcionava como uma rádio a cabo e tinha que operar quatro pick-ups de uma só vez, onde tive contato com a MPB, música clássica e internacional, onde aprendi a ser operador de som”, revela.

Gonzaga veio da capital mineira para Montes Claros trazido pelo saudoso mestre Zé do Pandeiro. “Foi a pessoa mais importante para mim na construção do grupo do qual foi integrante, companheiro do meu pai e parceiro”, declara.

A carreira de Gonzaga é recheada de participações em shows de artistas como Beto Guedes, Charles Boa Vista, Teo Azevedo, Saldanha Rolim, Ivan Vilelea, Braz da Viola, Cori Gonzaga e Aline Mendonça Luz.

No bate-papo a seguir, Gonzaga nos leva a uma viagem por alguns dos grupos com os quais tocou.  
 
Quem foi o grande ídolo inspirador de sua carreira?
Minha madrinha, Aline Mendonça (falecida em 2003), foi minha maior inspiração e incentivadora. Na percussão, iniciei com o artista Biolla. Ele criava instrumentos de percussão e íamos para o ateliê dele fazer as experimentações musicais. Foi um processo que durou algum tempo até criarmos o Prego de Linha. E meu parceiro de palco, o saudoso Elthomar Santoro Júnior, um gênio (cantor, compositor e escritor norte-mineiro, autor da música “Disparate”, mais conhecida como “Rapariga do Bonfim”, falecido em 2014. Não posso me esquecer do mestre, o jornalista, advogado e teatrólogo Reginauro Silva, que me deu a primeira oportunidade de criar junto ao Tico Lopes a trilha sonora da peça “Seu marido sabe que você tem outro homem?”, primeiro trabalho do ator gorutubano Jackson Antunes antes de estrear na Rede Globo.

Quais são os percussionistas que você admira e influenciam você?
Me inspiro no meu parceiro Claudio Mineiro, artista que morou fora do país e teve contato com músicos de diferentes etnias. É autor de composições como “Um dia no Hackeney” e “África My África”, além de Naná Vasconcelos, eleito muitas vezes o melhor percussionista do mundo pela revista americana “Down Beat” e ganhador de oito prêmios Grammy, considerado uma autoridade mundial em percussão. E claro, Hermeto Pascoal.
 
Quais são seus projetos para 2019?
A volta aos palcos, neste ano, do grupo Prego de Linha.

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