Costurando sonhos

Costureira desde adolescente, Guilhermina Nascimento é reconhecida como uma das mais talentosas profissionais da região

Jornal O Norte
Publicado em 21/01/2016 às 07:00.Atualizado em 15/11/2021 às 15:50.








Guilhermina com suas alunas, no Senac

 

A costura é uma atividade tão presente na humanidade que se torna difícil precisar, exatamente, o seu início. Os primeiros registros de instrumentos usados, como agulhas (que, na época, eram feitos de ossos e marfim) foi há mais de 30 mil anos. A tecelagem (técnica de entrelaçar fios, de forma a se obter tecidos) também remete a tempos longínquos: mais de cinco mil anos atrás.

Nosso bate-papo de hoje é com Guilhermina Carlos Nascimento, conhecida por muitos como Gui, mas há quem prefere chamá-la por Fia. Seja lá como for, nossa entrevistada é reconhecida como uma das mais talentosas costureiras da região, profissão que atualmente é dominada pelas mulheres e que por muitos séculos era predominantemente masculina.

Guilhermina nasceu em Monte Azul, região Norte de Minas. É filha de Josefina e Carlos Nascimento. Toda a família é de lá, da importante microrregião da Serra Geral. O quanto pode, acompanhou sua mãe a costurar e a fazer roupinhas de boneca. Não conhece outra profissão.

- Comecei muito jovem costurando para minhas amigas. Graças a Deus, recebo muitas encomendas e minhas clientes sempre voltam. Atendo lojas de grife para ajustes e tenho clientes fieis de modelagem sob medida - conta.

Para ela, mesmo havendo um crescimento de lojas de departamento com preços acessíveis, nada interferiu em sua área de costureira, pois trabalha com roupas alfaiataria. Quem conhece o trabalho de Gui, sabe que o resultado é sempre refinado e elegante.

Pergunto a ela se existem mais pessoas a optar pela profissão, nos dias de hoje ou antigamente. Ela responde que moda é uma profissão de realização pessoal e que o retorno não é imediato e nem muito atrativo. Para Gui, se algum jovem nos dias de hoje, optar por esta profissão, é porque realmente tem vocação.

Com relação à diferença da confecção de roupas casuais e da de alta-costura ela revela que a alta costura é uma roupa mais elaborada, porém tem se dedicado igualmente na realização de qualquer peça, valorizando a modelagem e o acabamento que considera fundamental. Ah, ela fica orgulhosa demais quando vê alguém com uma roupa que costurou.

- Cliente satisfeita é o melhor pagamento - diz Gui.

Sobre sua experiência no Centro Vocacional Tecnológico (CVT), no Senac, e em outros locais por onde passou ensinando a arte de costurar, ela fala de sua satisfação.

- Por ser um trabalho humanizado, pessoas que têm muita vontade de aprender, vibram com cada peça concluída e se sentem valorizadas por isso, aumentando sua autoestima e renda familiar. Muitos saem do curso já ingressadas no mercado de trabalho - revela.

Com relação às norte-mineiras, se são vaidosas na hora de vestir, ela vai logo dizendo que toda mulher é vaidosa, mas em sua opinião as mineiras são lindas e têm muito bom gosto.

Finalizamos a conversa, pedindo um conselho de nossa entrevistada para quem que quer trabalhar na área, ela diz que a profissão é extremamente gratificante.

-  Aconselho então fazer um bom curso de modelagem, estar atento às tendências da moda, ter senso estético, paciência, respeito e cordialidade no trato com as clientes, estar sempre disposta a ouvir e intervir quando necessário. Como diz a consultora de moda Gloria Kallil “Aja com naturalidade e simpatia e tudo acaba bem” – recomenda.

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