
Neste sábado (8), às 20h, o Corredor Cultural de Montes Claros será o epicentro de uma experiência futurista. O evento Cyber Glam trará um desfile único, combinando tecnologia de ponta com a elegância da estética clássica, desafiando normas tradicionais e apresentando novas fronteiras visuais na moda.
O evento leva a assinatura da multiartista Eloyá Amorim e da designer Júlia MacGyver, que prometem surpreender o público com criações ousadas e sofisticadas. A coleção é marcada pelo diálogo entre o universo digital e a tradição estética, incorporando elementos do afro-futurismo em peças que misturam materiais tecnológicos com referências glamourosas.
Para Eloyá Amorim, que também é produtora de beleza e responsável pela confecção das peças, o Cyber Glam vai além da moda. Segundo ela, o desfile será uma jornada visual e sensorial através do tempo e do espaço, onde cada peça conta uma história única, convidando os espectadores a repensarem conceitos de identidade e pertencimento.
“São dois diálogos no desfile com referências do cyberpunk e do afroturismo. O cyberpunk é pensar corpos dissidentes, vidas que não importam no futuro, como a galera trans, periférica e de alta tecnologia. O afroturismo é pensar em um negro no presente e no futuro porque ele bebe da nossa ancestralidade, pegando referências não na escravidão, mas em rainhas e reis negros do Egito, que será a forma do nosso desfile”, explica Eloyá.
Eloyá ainda conta que o desfile terá um pouco das suas ideias pessoais. “Vou apresentar na passarela a forma de se sentir diferente do que se vê num futuro. Irei mostrar um pouco da minha perspectiva de ver esse mundo futurista, da minha ancestralidade, dessa tentativa sempre do apagamento das nossas vidas, da nossa não importância por sermos pessoas negras. Como a autoestima é parte importante de cada um de nós, no desfile haverá muitos reis e rainhas sendo coroados, mostrando essa conexão do futuro”.
“A missão do nosso desfile é levar a essa autoestima, levar a essa outra perspectiva, essa outra forma de enxergar a beleza negra. É também enxergar corpos incidentes, pessoas trans, mostrar que existimos e resistimos. Então, o desfile vai muito encontrar esse diálogo”, acrescenta Eloyá.
“A minha expectativa da moda nesse contexto de inovação é que ela evolua, que ela inclua outros corpos como o corpo trans, o não binário, pessoas que não têm poder aquisitivo e que esse seja um espaço aberto a todos e mais inclusivo. Em relação ao futuro, quero que todos estejamos nele, que a gente possa ter autoestima e escrever a nossa própria história. Se eu conseguir passar essa mensagem para o público, eu já estarei muito feliz com o dever de missão cumprida. Esse é um assunto que não pretendo parar de falar dele”, finaliza Eloyá