Jerúsia Arruda
Repórter
jerusia@onorte.net
A mágica história de Branca de Neve está de volta aos palcos em Montes Claros, mas, desta vez, numa versão bem contemporânea. O espetáculo Branca de Neve no Bosque reúne todos os bailarinos do Studio de Ballet Jaqueline Pereira, numa história inusitada, onde bichinhos, espelho mágico e fitas não apenas compõem a cenografia, mas também participam dos diálogos, criando um novo universo para a história Branca de Neve e os Sete Anões que, há décadas, encanta o público de todo mundo.
Durante ensaio aberto na manhã de sexta-feira, da cabine de som, com a ansiedade típica de estréia, a diretora e coreógrafa do grupo, Jaqueline Pereira entremeia uma conversa com a reportagem de O Norte, ao mesmo tempo em que orienta o iluminador, checa a trilha e fala pelo microfone com os bailarinos. A também bailarina confessa que a sensação é a mesma do primeiro espetáculo, apresentado há mais de vinte anos.
Enquanto cerca de noventa crianças e adolescentes, além das veteranas, se alternam no palco, Jaqueline descreve o enredo, que é, na verdade, uma releitura da história dos Irmãos Grimm.
- Os personagens são os mesmos, mas o enredo foi totalmente recriado, com linguagem e elementos atuais – explica.
Os bailarinos, com idade a partir de 4 anos, se vestem de coelhinhos, estrelas, fadas de luz, espelhos, fitas, ciganas, além da Branca de Neve, da Madrasta Má e do Espelho Mágico, que pontuam o espetáculo.
A apresentação faz parte de um projeto realizado há 20 anos pelo Studio - o Festival de Balé -, que reúne o aprendizado das aulas e as experiências vivenciadas nos espetáculos montados ao longo do ano em três apresentações.
Depois de vinte anos formando bailarinos – alguns, inclusive, ganharam notoriedade pelo talento e aptidão como Celimar Maia, Igor Xavier e Dani Maia (1º Ato) -, Jaqueline diz se sentir realizada.
- O maior retorno que se pode esperar ao trabalhar como professor de arte, qualquer que seja a modalidade, não é a formação de artistas que se tornem famosos, mas, principalmente, sua constituição geral como pessoa, seu crescimento individual, o desenvolvimento da noção de espaço e tempo e a formação educativa e psíquica. Durante esses vinte anos houve uma grande rotatividade de alunos; uns que chegam, outros que vão embora, deixando sempre um pouco de si e levando um pouco de nós com eles. Da mesma forma tenho alunos que estão comigo desde a criação do Studio, como é o caso da bailarina Marize Fagundes (que no espetáculo interpreta a Madrasta Má). Essas experiências contribuíram enormemente para minha formação como pessoa e para a conquista da maturidade profissional – conclui.