Desde a última segunda-feira (14), data da fundação do Conservatório Estadual de Música Lorenzo Fernândez (CELF), alunos, professores, funcionários e comunidade participam de uma extensa programação como a apresentação da banda de música da 11ª RPM, sob a regência do Tenente Paulo Roberto, e workshop de guitarra, filosofia e arte com o palestrante e músico Warleyson Almeida. 

No próximo domingo (19), às 9h, o Parque Municipal Milton Prates será palco de apresentações como a Turminha Sapeca e Sapequinha e, em seguida, a Orquestra Sinfônica de Montes Claros, sob a regência de Maria Lúcia Avelar. Ao meio-dia, o público assiste ao grupo Instrumental Geraldo Paulista, Pequi Trio, Banda Fiu Fiu de Cotovia, Nilo Rocha e Grupo Lírico Bezzi. Durante a programação, haverá doação de plantas, feira de artesanato, barraquinhas de comida típica e bebidas, apoio ação saúde, ponto de apoio e vivências em “Dimensões do cuidado na Arte Eco Educação”. No dia 31 de março, haverá uma homenagem para antigos diretores, alguns servidores, representantes políticos e alunos. Cada área escolherá uma pessoa para ser homenageada.

Tudo isso para celebrar o aniversário de 62 anos dessa instituição que tem atualmente 4.415 alunos, sendo 3.740 matriculados em MOC e 675 no anexo em Bocaiúva. Ao todo são 200 funcionários distribuídos entre professores, auxiliar de serviços de educação básica (ASBs) e administrativos. 

O montes-clarense, Tony David Oliveira, é fruto do conservatório, iniciou sua formação musical na casa. Licenciado em música pela Universidade estadual de Montes Claros (Unimontes), pós-graduado em educação musical pela Universidade Candido Mendes (UCAM), e em educação a distância pela Universidade estadual de Montes Claros (Unimontes), ocupa atualmente a função de diretor do CELF.

Durante essa trajetória, ele conta que o conservatório formou muita gente que está atuando em várias universidades pelo Brasil, outras tocando com renomados grupos, inclusive muitos estão fora do país levando a arte e cultura da região norte-mineira. 

“O ensino do conservatório é de muita qualidade, a sua formação técnica prepara o aluno para o palco e para o mercado da arte em geral. O conservatório busca atender todo tipo de aluno, dos mais leigos até os que já possuem conhecimento e querem aperfeiçoar a técnica”, diz. 

Sobre os desafios de sua gestão, Oliveira conta que é uma gestão participativa, que traz equilíbrio entre teoria e prática, entre o ensino e a performance, para que as pessoas se sintam verdadeiramente em uma escola de arte. “Gerir com responsabilidade a coisa pública, e levar o conservatório para a sociedade”, diz.

Lugar de amor e aprendizado

A escola é o maior conservatório de música da América Latina: com mais de 4 mil alunos, inúmeras cidades atendidas, profissionais formados e muitos corações tocados. Vera Tatiana de Alencar Mariano Lopes está na casa há 35 anos. Entrou aos sete anos para o curso de musicalização, e nunca mais saiu. Fez o curso de Canto, Educação Musical e Técnico e escolheu como profissão a música. 

“A faculdade de Artes me proporcionou a oportunidade de ser professora na minha casa tão amada. Acompanhamos a história desse lugar de amor, de gratidão, de carinho, de cultura. Há 20 anos estou como professora aqui, e o orgulho não cabe dentro do peito. Ver minha escola fazer 62 anos é motivo de gratidão a Deus! Como fomos e somos abençoados! Temos ainda conosco a nossa matriarca, fundadora, que se emociona a cada nota que sai de nós, mostrando-nos que tudo é possível quando se constrói na coletividade”, disse. 

Quem também celebra a data é a professora de canto Rosane Souto que ocupa também atualmente a vice-direção do CELF. Formada em canto pelo conservatório e graduada em Música, com habilitação em Canto, pela Unimontes; começou a cantar desde muito cedo. A influência veio da família, muito musical, e também da igreja, onde se apresentava ainda criança.

“Minha história com o conservatório começou em 1996, como aluna. Desde então, não saí mais da escola. Mesmo quando não estava fazendo cursos, cantava em grupos e corais”, diz.

O Conservatório para a vice-diretora foi um divisor de águas em sua vida. Lá encontrou, segundo ela, muito mais que o ensino das notas, acolhimento, afeto e, sobretudo, a possibilidade de fazer da arte meu ofício. 

“Vi minha vida ser transformada pela educação e pela arte, duas bandeiras nas quais acredito e às quais defendo. Hoje, ao vê-lo completar 62 anos de idade, me sinto honrada e privilegiada por fazer parte dessa história, tão próspera e profícua, conhecida e reconhecida em vários cantos. É uma imensa alegria e, ao mesmo tempo, uma enorme responsabilidade. De honrar essa história e manter vivo esse legado. Sonho em ver cada dia mais vidas tocadas e transformadas pela arte, pela música”, conta. 

“Vida longa ao conservatório!”

Para o vice-diretor da instituição, o professor de flauta transversal, Renato Cardoso de Araújo, o sentimento é de gratidão. 

“Gratidão por estar fazendo parte dessa história, por também ter a oportunidade de contribuir no dia a dia dando continuidade à trabalhos tão bem desenvolvidos ao longo de todos esses anos. Essa escola que representa tanto para a cultura do norte de Minas, que um endereço apenas ficou pouco, que não comemora apenas 62 anos, mas também seus quase 30 anos de existência na cidade de Bocaiúva através do anexo. Vida longa ao conservatório! Que venham muitos e muitos anos levando música e arte ao nosso povo”, diz.

A frente da produção está a cantora, empresária e produtora, Leila Britto, que produz a campanha do aniversário do Celf. “Nós nos orgulhamos em participar dessa campanha e fazer parte dos 62 do Celf. É sem dúvida permanecer viva a história da arte, cultura e educação na memória coletiva de nossa gente”, revela.

Compartilhar