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Quarta-Feira,12 de Novembro

Conflitos escolares no Cinema Comentado

Jornal O Norte
Publicado em 29/04/2011 às 11:03.Atualizado em 15/11/2021 às 17:26.

Neste sábado, 30, o CineSesc e o Cinema Comentado Cineclube exibem Entre os muros da escola (2008), dirigido por Laurent Cantet.



François Marin trabalha como professor de língua francesa em uma escola de ensino médio, localizada na periferia de Paris. Ele e seus colegas buscam apoio mútuo na difícil tarefa de fazer com que os alunos aprendam algo ao longo do ano letivo. François tenta estimular os estudantes, mas o descaso e a falta de educação são grandes complicadores. A sala de aula, um microcosmo da França contemporânea, testemunha os choques entre as diferentes culturas. E por mais inspiradores e divertidos que sejam os adolescentes, seu difícil comportamento pode acabar com qualquer entusiasmo de professores mal pagos.



Há uma divisão cultural e social que gera incompreensão e atrito entre os protagonistas do filme. Os muros da escola não são os únicos que revelam uma disputa e uma impenetrabilidade: De um lado, posiciona-se o professor Marin – interpretado por François Bégaudeau, que também é o autor do livro homônimo no qual Entre os muros da escola é baseado. De outro, está um grupo de alunos, entre 13 e 15 anos, composto por negros africanos, asiáticos latino-americanos e franceses.



Professor na vida real, Bégaudeau utiliza a linguagem verbal como instrumento de comunicação e, ao mesmo tempo, grande campo de batalha em que é travado um conflito cultural. O filme se sustenta basicamente num cenário bem definido (a escola), poucos cortes nas cenas e diálogos consistentes – e muitos deles trazem o frescor do improviso. Sem um roteiro em mãos, os jovens puderam criar suas próprias falas, o que dá a sensação de que a realidade dos garotos invade a ficção de Entre os muros da escola.



- O personagem de François fascina, simplesmente, pelo que possui de humano: ele é o herói que tenta salvar aquela turma do caos, mas não é isento de falhas e também se converte em vilão ao quebrar a linha de conduta com os alunos. Contudo, seu método de aprendizagem não deixa de ser admirável: estimular o conhecimento do aluno, e não apenas passar a lição de casa, dar ou tirar pontos e esperar o sinal tocar. O que importa para François (e para o filme) é como as vidas daqueles adolescentes convergem para a sala de aula, como suas experiências implicam em seu aprendizado – avalia o crítico Renato Silveira, do site Cinematório.



O Cinema Comentado Cineclube e o CineSesc acontecem todo sábado, a partir das 19h, no Salão de Convenções do Sesc-Pousada Montes Claros – Rua Viúva Francisco Ribeiro 199 (Ginásio do Sesc). As sessões são gratuitas, abertas a todos os interessados, e depois acontece um bate-papo com a platéia sobre o filme apresentado.

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