Michelle Tondineli
Repórter
Com o intuito de desenvolver atividades para as mães de crianças com deficiência, o Centro de Convívio Capelo Gaivota oferece, desde fevereiro, trabalhos artesanais. Para mostrar um pouco desse trabalho, será realizada uma exposição no final deste ano, ainda sem data definida.
Segundo a professora Juliana Vasconcelos, as aulas acontecem todos os dias, enquanto as mães aguardam seus filhos saírem das aulas.
- Este Clube das mães surgiu da necessidade delas, que, às vezes, traziam os filhos e ficavam a tarde toda aqui na escola esperando eles saírem, sem fazer nada. Então, víamos que elas ficavam ansiosas e daí resolvemos ajudar de alguma forma com o clube. O trabalho é para mães, podendo ser uma renda extra -, afirma.
(MICHELLE TONDINELI)
A professora Juliana Vasconcelos dá dicas às alunas.
Juliana ainda explica que em um ano, a cada dia, é uma arte diferente aprendida pelas mães ou continuação delas.
- Elas já aprenderam pintura em tecido, biscuí, artesanato com cabaça e cerâmica, ensinado por voluntários ou funcionários da escola. Elas ficam muito gratificadas-, conclui.
A professora afirma que durante o projeto é de fácil percepção o quanto as mães mudaram seu comportamento.
- Antes elas eram retraídas e tímidas, com medo do preconceito. E passar a tarde aqui é uma forma de relaxar e aumentar a auto-estima, pois elas podem esquecer um pouco do trabalho com os filhos-, ressalta.
Algumas exposições já foram realizadas pelo clube, mas nenhuma que as animasse mais e a venda foi baixa. Juliana explica que com a formatura de algumas turmas terá outra exposição.
- Para o próximo ano, queremos convidar mais mães, sobrinhas, primas, tias e avós para participar do clube. Frequentemente temos apenas oito mães, outras apenas visitam. Algumas mães vêm só na aula de recursos.
A estudante de psicologia Ellen Daiane tem acompanhado o clube de mães desde o início do ano. Ela explica que o intuito da Faculdade Integrada Pitágoras é aconselhar e elevar a auto-estima.
- Para que possamos chegar ao nosso objetivo, trabalhamos com as mães atividades de oficinas terapêuticas. Temos trabalhado artes e trabalhos manuais, para que elas possam conversar e se abrir conosco -, conta.
Ellen diz que já foram feitos trabalhos de pintura em tecido, papel e copos de acrílicos e bijuterias, com a confecção de pulseiras, bótons e colares.
- No início elas eram bem inibidas, hoje podemos dizer que somos amigas. Temos intimidade, elas contam com bastante facilidade como é cada uma e às vezes nos procuram individualmente, é maravilhoso. Na faculdade, preparamos o que vamos trazer para elas, os materiais vêm de doações ou de nós. Sempre pedimos que elas possam trazer seu material para completar os trabalhos e nos ajudarem também-, finaliza.
LEVAR O FILHO À ESCOLA E NÃO PERDER TEMPO
Para facilitar a vida de mães de alunos do Centro de Convívio Capelo Gaivota, foi criado o clube das mães, para que muitas das que ficavam a tarde toda aguardando seus filhos sem fazer nada tivessem alguma atividade.
Segundo a professora Juliana Vasconcelos, escolher a arte como forma de trabalho foi uma das melhores escolhas já realizadas.
- A arte oferece várias coisas boas na vida das pessoas, levanta a auto-estima e o astral. Acredito que é fundamental continuarmos com este trabalho e vamos conhecendo aos poucos cada uma delas. É excelente percebermos as coisas boas que a arte oferece. A arte é desvalorizada aqui na cidade, mas se você procurar saber como aquele sentimento foi manifestado é muito bonito-, argumenta.
A mãe e artesã Aline Nunes acredita que o clube das mães é uma excelente atividade e que deve ter continuação.
- Com o clube nós não ficamos presas só às atividades de casa. Podemos aprender e produzir bijuterias, fazer pintura em tecido, decoração e outras coisas. Fazer este trabalho é fundamental para a transformação. Atualmente estou decorando a minha casa e procurando realizar algumas vendas. O curso vale à pena. O que vendo gera renda para a casa e para os produtos. Espero ter condições de melhorar e multiplicar minha produção e a venda dos meus materiais. Desde o início do ano estou trabalhando com isso, quero mais oficinas para melhorar, mais-, expressa.
Já Marilene Silva Muniz, que também participa do projeto desde o início, tem gostado e aproveitado muito.
- É ótimo termos aulas todos os dias. Gosto do dia que as estudantes de psicologia vêm participar do clube, às terças-feiras. Nós costumamos trazer alguns trabalhos de casa para concluir e fazemos o trabalho por nossa conta-, ressalta.
Marilene afirma que uma das atividades que mais marcou foi a confecção das bonequinhas de fuxico.
- Além delas, realizamos trabalhos de pintura, cabaça, pintamos em cerâmica, tudo muito bom. Nas exposições nós somos representadas pela instituição. Produzimos muito pouco, e faltam doações de material. Quando vendo o produto eu compro mais linha, pano e tinta, para aperfeiçoar o trabalho. Tenho um pouco de dificuldade, mas vou aprendendo com a prática. Com certeza, vale à pena continuar o curso. Quanto mais aparecer, melhor; é uma forma de capacitação de trabalho. É a única renda que tenho, não a trocaria-, finaliza.
Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (38) 3212 – 5659 ou na avenida Pedro Álvares Cabral, 824, bairro Ibituruna.