Reflexão por meio da arte

Cinema Comentado: 21 anos de resistência e cultura cinematográfica

Adriana Queiroz
genteideiascomunicacao@gmail.com
Publicado em 04/09/2024 às 19:00.
Da esquerda para a direita: Elpídio Rocha, professor e presidente do Cinema Comentado; e Fernando Rodrigues, fundador da mesma entidade dedicada ao cinema (ARQUIVO PESSOAL)

Da esquerda para a direita: Elpídio Rocha, professor e presidente do Cinema Comentado; e Fernando Rodrigues, fundador da mesma entidade dedicada ao cinema (ARQUIVO PESSOAL)

O Cineblube Cinema Comentado, espaço significativo de estímulo cultural e de reflexão cinematográfica crítica em Montes Claros e região, celebra seu 21º aniversário, inaugurando, nesta quinta-feira (5), a 24ª edição da Mostra de Cinema Nacional Curta Circuito. Com o tema “Transgressoras Brasileiras do Cinema”, a mostra, dirigida por Daniela Fernandes e com curadoria de Lorenna Montenegro, destaca neste ano a resistência e a luta das mulheres no cinema, abordando tópicos essenciais como emancipação feminina, combate ao racismo, sororidade e a questão da censura. 

Para Fernando Rodrigues, fundador do Cinema Comentado, celebrar 21 anos de Cinema Comentado é construir um legado importante na valorização da sétima arte, especialmente em Montes Claros. “Esse marco representa a perseverança e o amor ao cinema que compartilhamos com o público ao longo dos anos, e nos enche de orgulho saber que contribuímos para mudar a visão das pessoas sobre o cinema”, comenta. 

Ele conta que o objetivo inicial do projeto era democratizar o acesso a uma vasta coleção de filmes, especialmente clássicos, que não estavam facilmente disponíveis para o público na época.

“No início, a ideia era simplesmente compartilhar esses filmes com amigos, mas com o tempo, o projeto evoluiu para algo maior. Embora o objetivo de democratizar o acesso ao cinema de qualidade permaneça, o Cinema Comentado se expandiu para incluir debates, mostras e oficinas, refletindo uma missão mais ampla de promover a reflexão e a conscientização por meio do cinema”, revela.

Além de formar público para a chamada sétima arte, Rodrigues conta que a ideia foi promover debates sobre temas de interesse para o público.

“Sim, desde o início, além de formar público para o cinema, queríamos usar os filmes como ponto de partida para debates significativos sobre temas sociais, políticos e culturais. Os debates que seguem as exibições são uma parte central da experiência do Cinema Comentado. Eles oferecem um espaço para as pessoas discutirem suas impressões, refletirem sobre as questões abordadas nos filmes e trocarem ideias, enriquecendo a compreensão e o apreço pela sétima arte”, diz. 
 
DUAS DÉCADAS
Ao longo de duas décadas, as sessões do Cinema Comentado conquistaram uma audiência diversificada, abrangendo desde estudantes jovens até o público sênior, mantendo sempre a observância às restrições de faixa etária das obras apresentadas. 

“Esse público diverso reflete o nosso esforço em oferecer uma programação variada que aborda diferentes temas e estilos cinematográficos, criando um ambiente inclusivo e acolhedor para todos”, completa Fernando. 

“Participamos de várias mostras e festivais em Belo Horizonte e realizamos oficinas cinematográficas em municípios próximos, levando a nossa missão de valorização do cinema para além das fronteiras locais. Em breve teremos, também, uma Mostra Itinerante, que será realizada com recursos de edital estadual da Lei Paulo Gustavo e passará por algumas cidades vizinhas, com Glaucilândia e Bocaiuva”, conta o professor e presidente do Cinema Comentado, Elpídio Rocha.

Sobre as muitas exibições e se alguma que marcou de maneira especial nestes 20 anos, Fernando Rodrigues disse que uma que se destaca foi a do filme Ladrões de Bicicleta (1948), um clássico do neorrealismo italiano, que marcou o início do Cinema Comentado. 

“Embora a primeira sessão tenha tido poucos espectadores, a repercussão foi tão positiva que, quando repetimos a exibição, a sala estava cheia, o que consolidou a importância do projeto” revela.
 
MOSTRA DE CINEMA NACIONAL 
O professor Elpídio Rocha diz que, para a 24ª Mostra de Cinema Nacional Curta Circuito, haverá uma programação especial que destaca a contribuição de cineastas brasileiras que desafiaram normas e criaram obras inovadoras. 

“Será uma oportunidade única para o público conhecer e discutir filmes que exploram a transgressão como forma de expressão artística e social. As sessões em Montes Claros fazem parte da programação estadual da Mostra, que é belo-horizontina, e passa também por Araçuaí. E todos são bem-vindos a participar das nossas sessões e debates. O Cinema Comentado sempre teve como premissa ser um espaço inclusivo, onde qualquer pessoa interessada em cinema, independentemente de idade ou formação, pode se juntar a nós para assistir a filmes e compartilhar suas reflexões”, convida Rocha. 

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