Cientista musical

Raissa Melo se dedica a estudos e experiências no mundo dos instrumentos

Adriana Queiroz
Repórter
29/07/2021 às 10:05.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:32
 (Raquel Neves/Divulgação)

(Raquel Neves/Divulgação)

Que Montes Claros é celeiro de tanta gente talentosa, todo mundo já sabe. E o Conservatório Estadual de Música Lorenzo Fernandez (Celf) foi e continua sendo uma importante referência cultural da cidade e região. Foi na instituição que a instrumentista Raissa Anastásia de Souza Melo, de 40 anos, aprendeu música e fez grandes e melhores amigos.

De Belo Horizonte, veio de mudança para Montes Claros aos 13 anos. Após o divórcio da mãe, achou que seria melhor ter suporte da família, que é toda de Montes Claros. E assim teve a oportunidade de ter contato com as aulas de música aos 15 anos, sem nem imaginar que essa paixão viraria sua profissão. E foram 11 anos de feliz convivência com o povo norte-mineiro.

No Celf, Raissa se formou em flauta doce, flauta transversa e violão. Mas não parou por aí. “Me considero uma cientista musical, sempre aprendendo e pesquisando. Já me aventurei no clarinete, bandolim, violão de sete cordas, cavaquinho, piano, pandeiro, harmônica de boca, violino, violoncelo. Sempre sem cobranças e me permitindo conhecer e passear um pouco por esses instrumentos”, conta.

PAIXÃO 
Mas apesar de tocar todos esses instrumentos, a flauta transversa é a sua paixão. “É o instrumento que mais me fala à alma, como se ele comunicasse com minha essência. Ela é parte de mim e eu dela. Não vejo separação quando a toco, tudo flui muito facilmente”, diz.

A multi-instrumentista tocou em vários grupos, principalmente em Montes Claros, e lembra com bastante carinho das participações na Orquestra Sinfônica de Montes Claros, na sua primeira formação, na Orquestra de Violões, Grupo de Teatro Fibra, Grupo Teatral Olho de Gato, Coral Universitário, Grupo Folclórico Banzé e Grupo de Seresta João Chaves.

Raissa também participou de muitos festivais de música, como o Festival de Música Antiga de Juiz de fora, Festival de Música de Poços de Caldas, Oficina de Música de Curitiba, Festival Sesc em Pelotas, Civebra, e por aí vai! Mas o que ela gosta mesmo é de aprender! Por isso, cada experiência se transforma em lição de vida que ela leva dentro de si. 

Quanto ao Celf, ela diz que é muito grata por tudo que aprendeu e que vivenciou dentro do conservatório, que completou 60 anos em março. “Acho a escola um importante vetor cultural de Montes Claros. Pena que, por ser gratuita, não receba, muitas vezes, a valorização e o reconhecimento que merece”.
 
PANDEMIA
Nesse momento da quarentena, Raissa conta que foram muitos os desafios, mas que lidou muito bem com todos eles. Apesar de ter deixado de tocar nas rodas de choro todas as terças, nos casamentos, sem contar as aulas presenciais, o distanciamento foi bom para a instrumentista, pois pôde se reinventar como musicista e professora em aulas e vídeos on-line.

“Pude passar mais tempo em casa com meus filhos, começar a estudar mais instrumentos e a compor. Aproveitei para vender meu carro e passei a andar mais a pé. Olhei mais para dentro de mim e me conheci melhor, entendi meus medos e frustrações. Descobri que sou uma excelente companhia para mim mesma”.

E reinvenção tem sido a palavra chave na vida da multi-instrumentista. No dia a dia, ela assume muitos papéis. É mãe de quatro crianças, professora, musicista e ainda encontra tempo para escrever poesias e fazer trekking na natureza. 

“O desafio é conciliar essas coisas de forma que eu possa vivenciar todas, dando o melhor de mim, sempre. Aprendo muito com meus alunos, amigos e com as experiências. Meus amigos me inspiram a ser melhor, meus alunos me desafiam a ser melhor! A vida é muito boa, e sou sempre grata por todas as oportunidades e pessoas que encontro no meu caminho, pois sei que são para meu crescimento pessoal”, diz.

Quanto à pandemia, foi preciso mais paciência, amorosidade, flexibilidade e compaixão também pelos seres que sofrem, além da gratidão por ser tão afortunada.

“A pandemia me ensinou que poucas coisas podemos mudar por fora, se não conseguimos mudar por dentro a nossa realidade, a nossa mente. Com um coração bondoso e compassivo, podemos tocar todos os seres e gerar um serviço que beneficie toda a humanidade, através de nossos atos. Desejo que todos os seres possam alcançar a verdadeira felicidade”.

Neste ano, Raíssa celebra 24 anos do início da sua trajetória na música. E segue cada dia mais e mais apaixonada por ela. “É um encontro para toda a vida, minha realização como ser humano”, diz. Quem quiser acompanhar a carreira da musicista: @raissaflauta (instagram) e www.youtube.com/user/raissaflauta.

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