Michelle Tondineli
Repórter
A cultura montes-clarense é representada cada dia mais em novos ambientes e de novas formas, com destaque para o trabalho dos artistas regionais. As artistas plásticas Cristina Pereira e Eunice Ferreira apresentam, nesta semana, até o dia 18, no centro cultural, uma vernissage de seus quadros figurativos e abstratos.
De acordo com Cristina Pereira, a exposição é importante para mostrar o trabalho que os artistas realizam, seja coletiva ou individualmente.
- O bom da coletiva é que existem várias formas para o público, como o abstrato e o figurativo. Meu trabalho tem uma mistura do abstrato e figurativo, que é o que eu gosto, da forma que eu gosto - diz.
Neste tipo de exposição, segundo Cristina, não há lugar para o espírito de concorrência.
- Nós somos de estilos diferentes, e cada um de nós possui um gosto, figurativo e abstrato, vamos agradando públicos diferentes. Se eu me preocupasse com isso não daria aulas de pintura, inclusive Eunice foi minha aluna. Não é a primeira vez que exponho com Eunice, e é algo prazeroso. O público é que define o quadro que combine com ele, seja quadros agressivos, delicados, sacros, não sacros - afirma.
Embora o mercado de trabalho esteja melhorando, a artista afirma que quanto mais interiorana é a cidade, mais difícil o mercado.
- Tem mais de 30 anos que dou aulas e sei como funciona. A dificuldade hoje existe em todas as profissões, talvez na arte seja mais, porque muitos acham supérfluo, que não cabe no orçamento. Subo para dar aula com maior prazer, nunca subi cansada ou me queixando, e também tenho minhas encomendas - diz.
Para ela, a pintura é, também, uma das maiores terapias, pois ocupa a mente e as mãos.
- Um depoimento de Nelson Gonçalves me marcou bastante. Ele fala que conseguiu se livrar da droga pela pintura, que quando ele pintava ele esquecia da vontade de usar a droga e isso ia o fortalecendo - conta.
Eunice Ferreira também considera bastante gratificante realizar uma exposição coletiva.
- As pessoas têm mais opção de analisar as obras de arte. Nosso trabalho é valorizado, realizamos bem a venda dos quadros. Np meu trabalho não existe uma figura nos quadros, cada observador vai enxergar o quadro de uma maneira, e não vão enxergar o que eu enxergo, cada um é diferente. Quando eu pinto, posso estar triste, mas ele sempre está alegre, porque eu sou assim. É o momento em que me esqueço de tudo e sempre tem uma euforia de mim. Estou expressando o meu sentimento, mas me esqueço da tristeza, a terapia da pintura me cura, ela é própria para isso, já fico com mais alegria - conclui.
