Vinte técnicos foram treinados para ampliar emissão do documento em todo o Estado
(Eugênio Sávio/divulgação)
Três mil artesãos mineiros, inclusive do Norte do Estado, deverão ter acesso facilitado à Carteira Nacional do Artesão. O objetivo é ampliar e descentralizar as emissões do documento, que é gratuito, atingindo mais áreas do território. Atualmente, 10 mil profissionais possuem a carteira.
O governo de Minas capacitou 20 novos técnicos para emitir a carteira. Os participantes são das nove coordenadorias regionais do Instituto de Desenvolvimento do Norte de Minas (Idene) – Montes Claros, Janaúba, Januária, Salinas, Diamantina, Governador Valadares, Teófilo Otoni, Jequitinhonha e Araçuaí –, da Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana do Vale do Aço (Ipatinga) e do Projeto Minas Indígena da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), que fará o cadastramento em 15 etnias.
O documento é válido em todo o território brasileiro, concedido a produtores que tenham idade igual ou superior a 16 anos, e busca fomentar a formali-zação da atividade. Com ele, os artesãos podem ter acesso a cursos, feiras e eventos.
É uma forma de favorecer a criação e chegada de políticas públicas a esse segmento de maneira mais efetiva, garantindo benefícios para quem produz.
A carteira é resultado de uma parceria do Programa Brasileiro do Artesanato (PAB) com os governos estaduais. Até então, para adquirir o documento, o interessado só podia agendar o cadastro na Cidade Administrativa e no Centro de Artesanato Mineiro, em Belo Horizonte, ou nas cidades históricas de Ouro Preto e São João del-Rei.
INCLUSÃO
Para a analista do Idene da regional de Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, Maria Emília Oliveira, a iniciativa de descentralizar o cadastro democratiza a divulgação e os saberes dos artesãos. “Com esse trabalho, eles vão aprender a agregar valor às suas peças. Hoje, muitos vendem produtos a preços irrisórios e essa formalização vai ajudá-los”, observa.
A medida também trará benefícios a cerca de 400 indígenas, que poderão ser atendidos nas próprias aldeias, conforme a coordenadora do projeto Minas Indígena, Adélia Maia. “A carteira vai propiciar a eles igualdade de condições com geração de renda de um ofício tradicional”, avalia.
PARCERIAS
De acordo com o superintendente de Desenvolvimento de Potencialidades Regionais da Sede, Douglas Cabido, a parceria da pasta com o Idene é fundamental para levar a política mineira do artesanato aonde ela deve chegar.
“Em muitos municípios mineiros, o artesanato tem importância econômica, social e cultural, por isso que promovemos esse treinamento para facilitar o acesso do artesão a esse documento que abre portas”, afirma.
“Estamos investindo nessa capacitação porque acreditamos no trabalho de transformação das realidades regionais. Ao invés de patrocinar feiras, desde o ano passado, o Idene adquire o espaço e por meio de edital público, chama empreendedores e artesãos a ocupá-lo. Esse foi o caminho encontrado para permitir o acesso daqueles que teriam dificuldades de vender seus produtos em eventos especializados”, destaca o chefe de gabinete do Idene, Frederico Tescarolo.
Agência Minas