A cantora Maria de Fátima Barbosa Pinho, a Fatel (nome dado pelo saudoso Ildeu Braúna, do Grupo Agreste), nasceu em Montes Claros e vive há 35 anos em São Paulo. Neste ano, Fatel comemora 45 anos de carreira. “Neste ano celebro 45 anos, não de carreira mas de “carreria” (risos). Minha trajetória é marcada pela música e pela correria por espaço e respeito pela cultura popular”, conta.
Seu ponto de cultura, em São Paulo - reconhecido pela Lei Aldir Blanc - chama-se “Casa di Fatel” e fica localizado em Parelheiros, polo de ecoturismo, mata atlântica (extremo Sul da capital, bairro onde vive há 22 anos), é o local onde promove oficinas de formação cultural e apresentações de diversos coletivos;além dos eventos promovidos pelo próprio espaço. “Foram muitas as apresentações durante os meses de maio, junho e julho, e especialmente do meu projeto “Cultura Forrozeira de Parelheiros”, contemplado no 3° edital do fomento do forró da secretaria municipal de Cultura.
Fatel é integrante do Fórum do Forró e em outubro realizou com sua equipe, a segunda edição do Fórum.“Forró agora é reconhecido como patrimônio cultural, e teremos que entender os novos caminhos a seguir pra salvaguardar essa tão importante linguagem, não só da música, mas de todas as matrizes da cultura popular nordestina, brasileira”, diz.
Além de cantar, agora você também participou de um concurso gastronômico. Como foi isso?
Nos dias 11 e 12 de novembro foi realizado o 14° Festival Cultural e Gastronômico do Cambuci, em Parelheiros. Resolvi promover o encontro da Mata Atlântica com o Cerrado e participei do festival, concorrendo com o prato Arroz com Pequi ao Molho de Cambuci. Fiquei em primeiro lugar.
Qual receita de família é marcante para você? De quem é?
Arroz com pequi, feijão, galinha com quiabo e cuscuz. Minha mãe já fazia, e minha irmã Norma, continua fazendo sempre para mim, quando estou em Montes Claros.
A Festa do Pequi neste ano, celebrou os 80 anos de Teo Azevedo. Vocês têm muitas histórias juntos?
Sim. Fiquei tremendamente feliz em saber que a festa deste ano seria e foi em homenagem à Teo Azevedo e seus 80 anos. Teo é o meu padrinho artístico. Amigo da vida toda. O Nordeste tem o Padim “Ciço” e eu tenho o Padim Teo. Foi ele que me acolheu quando cheguei à Sampa em 1989 e me levou para gravadora Copacabana, onde produzi meus primeiros discos, ainda em vinil. Me apresentou amigos valiosos, que me apoiam até hoje, como o jornalista Assis Ângelo e tantos outros. Em 2022 tive o orgulho de fazer o lançamento do livro dele, “Léxico Catrumano” em Casa di Fatel onde recebemos grande parte dos maiores representantes da Cultura de Cultura de São Paulo. Teo é gigante! Enorme referência da Cultura Popular Brasileira. Do Norte de Minas Gerais. Pra nossa sorte!
O que mais sente falta de Montes Claros?
Minha família amada, dos meus amigos e amigas da vida toda. Iguais à Teo Azevedo, Bete Xavier e vocês que divulgam minha vida. E a andar e cantar por este país.