Cantores e atores de renome nacional atuam na ópera ‘O Empresário’

No aniversário de 241 anos da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), a 11ª RPM de Montes Claros apresenta, nesta quinta e sexta-feira (09 e 10/06), a ópera ‘O Empresário’, do compositor austríaco W. A. Mozart, que nasceu em 1756, portanto, há exatos 260 anos. O espetáculo, realizado gratuitamente no Colégio Tiradentes, segundo o maestro João Jorge, foi preparado com muito carinho para a população do Norte de Minas.

Jornal O Norte
Publicado em 09/06/2016 às 07:00.Atualizado em 15/11/2021 às 16:03.

Por Adriana Queiroz











Maestro João Jorge, Roberto, Simone, Francisco Mayrink e Wagner Soares

 

No aniversário de 241 anos da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), a 11ª RPM de Montes Claros apresenta, nesta quinta e sexta-feira (09 e 10/06), a ópera ‘O Empresário’, do compositor austríaco W. A. Mozart, que nasceu em 1756, portanto, há exatos 260 anos. O espetáculo, realizado gratuitamente no Colégio Tiradentes, segundo o maestro João Jorge, foi preparado com muito carinho para a população do Norte de Minas.

O maestro João Jorge Almeida Soares nasceu em Montes Claros. Viveu sua infância na Vila Guilhermina, de onde tem boas recordações. Iniciou seus estudos de música no Conservatório Estadual de Música Lorenzo Fernandez. Em 1982 ingressou na PMMG e passou a integrar a Banda de Música do 10º Batalhão. Logo no início de sua carreira, foi aprovado no curso de sargentos músico e foi transferido para a Academia de Polícia Militar, em Belo Horizonte, onde concluiu o curso e foi classificado como flautista na Orquestra Sinfônica da PM, onde trabalhou durante anos.  Após concluir o curso de oficial, foi classificado na orquestra sinfônica como maestro, e depois disso, assumiu funções administrativas no Estado Maior da PM, até ser transferido para a reserva no ano de 2011.

Aposentado, retornou ao Norte de Minas, para Espinosa, em de agosto de 2013. Lá, foi convidado pelo Coronel César Ricardo a retornar ao serviço ativo na função de regente da Banda de Música.

- Aceitei o convite e passei a incluir no repertório da Banda, músicas eruditas, principalmente árias de óperas - disse.

Óperas
A ópera ‘O Sertão’, de autoria do compositor francês Fernand Jouteux, é baseada no livro ‘Os Sertões’ de Euclides da Cunha, foi encenada pela primeira vez em 1954, em Belo Horizonte pela Orquestra Sinfônica da PM, regida na época pelo maestro Sebastião Vianna e pela segunda vez em 2002 no Palácio das Artes com a mesma orquestra regida na época pelo maestro João Jorge.

Na ópera Aída de Verdi, encenada no ano de 2008 no Palácio das Artes, ele atuou como regente da Banda interna. O regente titular foi o maestro Roberto Duarte. A Cavalleria Rusticana de Pietro Mascagni foi sua primeira produção operística realizada em Montes Claros, e tendo um componente inédito, ópera acompanhada com banda de música. ‘O Empresário’ é a sua segunda produção operística em Montes Claros, tendo a banda de música como grupo musical escolhido para acompanhar as árias, provando que o sucesso da primeira experiência gerou frutos e tende a se perenizar.

Segundo o maestro, o sucesso da Cavalleria Rusticana impulsionou essa nova produção, uma produção operística mais robusta exige uma infraestrutura.

- Os títulos que escolhemos têm que ser factíveis nos espaços que dispomos na cidade. Tanto a ‘Cavalleria Rusticana’ quanto ‘O Empresário’ são óperas de único ato e não exigem estrutura de palco muito complexa, são títulos que conseguimos realizar com orçamento mais apertado. Entretanto, o fato de serem produções mais modestas não significa que sejam produções menores em qualidade. A qualidade de nossas produções é compatível com montagens realizadas nos grandes centros. Outro fator a ser observado é a dificuldade técnica imposta, tanto para os músicos quanto para os cantores. Realizamos óperas de produção mais modesta, com orçamento apertado, mas que trazem exigências técnicas de alta complexidade e, o mais gratificante, é a resposta dos cantores e músicos, que tecnicamente estão impecáveis - explica.

MÚSICOS E PRODUÇÃO
Em ‘O Empresário’, cantores e atores atuam em cena. Os cantores de Montes Claros são os conhecidos Simone Santana (soprano) e Roberto Mont’Sá (Barítono). Os cantores convidados são Vilma Bittencourt (soprano) e Wagner Soares (tenor).  Os atores de nossa cidade são Aldo Pereira e Vinny Pereira. Também fazem parte da produção a banda de música da 11ª RPM, coral Esperança e Vida da Igreja Batista, cenários e regente do Coro assinados por Josias Freitas, e direção de Francisco Mayrink.

- É importante dizer que essa produção só está sendo possível graças ao patrocínio do governo de Minas Gerais, obtido através do edital de patrocínio sendo a Copasa a responsável pela cessão dos recursos financeiros - completa.

Com relação à seleção para participar de ‘O Empresário’, o major esclarece que obedece a critérios que levam em conta a habilidade para atuar segundo as exigências do repertório.

- Sempre procuramos escalar pessoas de Montes Claros para as nossas produções, entretanto, há certas situações que nos levam a buscar cantores de outras cidades, outros estados. Quanto aos atores, foi possível escalar somente talentos locais.

Sobre o trabalho do diretor de cena Francisco Mayrink, o major diz que é um conhecedor do universo da produção operística.










Maestro João Jorge Almeida Soares

 

- Sem a presença dele não conseguiríamos atingir o grau de excelência que alcançamos. Uma produção dessa magnitude compreende inúmeros detalhes, que passam pelo conhecimento técnico, conhecimento histórico. Ele evita que venhamos a cometer gafes como, por exemplo, utilizar peças de figurino que não correspondam com a época em que se passa a história. A presença de uma pessoa tão especial na nossa equipe nos dá tranquilidade para fazer o trabalho com a certeza de que atingiremos uma qualidade compatível com as produções operísticas praticadas nos grandes centros, onde esse tipo de espetáculo ocorre com frequência – ressalta.

Sobre o elenco, o maestro explica que a seleção foi feita a partir do tema da ópera.

- Procurei o Francisco Mayrink que me passou os nomes da Vilma Bittencourt e do Wagner Soares. Fiz o contato com eles e, para a nossa satisfação, aceitaram o convite. Trabalhar com ambos é muito bom porque têm um grau de profissionalismo que é o sonho de consumo de todo maestro. Obviamente que reger cantores tão qualificados impõe uma responsabilidade muito grande, e por essa razão essa experiência tem sido uma verdadeira escola para mim.

VILMA BITTENCOURT
Cantora, atriz e bailarina.  Reside em Brasília/DF, onde atua como professora de canto. Alguns de seus papéis em óperas tradicionais: Violeta Vallery em ‘La Traviata’ (G. Verdi), ‘Rainha da Noite’ em ‘A Flauta Mágica’ (Mozart), ‘Madame Herz’ em ‘O Empresário’ (Mozart), Cecília em Il Guarany (Carlos Gomes), ‘Lucia em Lucia de Lammermoor’ (Donizetti), entre outros.


WAGNER SOARES
Atua no Coral Lírico da Fundação Clóvis Salgado, tem também ampla participação em montagens de ópera, e atuou em ‘La Boheme’ (Puccini), ‘Rita’ (Donizetti), ‘O Empresário’ (Mozart), ‘A Flauta Mágica’ (Mozart).

OUTROS PROJETOS PARA 2016
Em julho, acontece o aniversário de 60 anos do 10º Batalhão da PM em Montes Claros e, entre os eventos programados para as comemorações, haverá um concerto com a Banda de Música e solistas que ainda serão convidados.

JOÃO JORGE, POR JOÃO JORGE
Família: o bem mais precioso.

Montes Claros: minha terra natal amada.

Sonho: Ver a ópera ser mais valorizada no Brasil.

Atividade favorita: tocar guitarra.

Música: uma atividade que deve ser exercida com muita seriedade.

Tenor: Luciano Pavarotti

Soprano: Maria Callas

Autores preferidos? Música: Mozart, Puccini, Fernand Jouteux – literatura: Guimarães Rosa.

Cantores favoritos? Os amigos de Moc: Simone Santana e Roberto Mont’Sá.

Defeito é mais fácil perdoar? A falta de otimismo

Momento preferido do dia: noite.

Uma mania: mania de perfeição

Gasta muito com: vinhos

Uma lembrança de infância: meu bairro (Vila Guilhermina)

O que o irrita? Incompetência

O que você considera sua maior conquista: ter conseguido resgatar e restaurar as partituras perdidas da ópera ‘O Sertão’, de autoria do compositor francês Fernand Jouteux.

Defina-se com uma palavra: sonhador

Agradecimentos: Aos parceiros que tornaram possível a realização desse projeto, são eles: Associação Amigos Especiais (AAME), Funorte, Conservatório Lorenzo Fernandez, secretaria Municipal de Cultura, Colégio Tiradentes/Moc, ATCMC, Fundação Clóvis Salgado, Igreja Batista Esperança e Vida.

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