Logotipo O Norte
Segunda-Feira,29 de Abril

Cantar, dançar e amar

Montes-clarense com trajetória internacional, Juliana Peres apresenta mix de ritmos

Adriana Queiroz
Montes Claros
15/08/2018 às 06:59.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:56

(EDUARDO SILVA)

Congado norte-mineiro, baião, coco, ciranda, jongo, maracatu de baque virado, boi, carimbó e sambas são alguns dos ritmos brasileiros que a cantora Juliana Peres apresenta quinta-feira no show “Festejo e Fé”. O espetáculo integra a programação da edição 2018 das Festas de Agosto. Começa às 20h, no palco da Praça Doutor Chaves.

“A proposta do show é unir ritmos culturais populares de origem indígena, portuguesa e africana, em que diversos estados brasileiros manifestam uma tradição religiosa através de festas, cortejos, rodas e grupos”, diz a artista. 

Nascida em Montes Claros, filha do médico reumatologista Pedro Arnaldo Guimarães Peres (já falecido), a artista herdou o gosto pela música da mãe, a pianista Talitha Peres. Cresceu ouvindo de música erudita a jazz e bossa nova. 

Aos nove anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde formou-se em nutrição, mas a paixão pelo música falou mais alto. “Entrei no coral da universidade e no dia do teste o maestro e regente Ruy Wanderley disse com entusiasmo: ‘você é filha da grande pianista Talitha Peres!?’”, lembra a cantora, que não esconde o orgulho de ter a mãe reconhecida como uma das melhores pianistas do Brasil. 

Há três anos, Juliana reside em Montes Claros novamente. Nessa entrevista a O NORTE ela fala sobre a carreira e sua relação com a cultura montes-clarense.
 
Como começou a sua carreira como artista?
Frequentei muitos saraus de música e poesia no Rio. No começo, cantava em casas de show na Lapa. Também mostrava minha arte no Corujão da Poesia, Arte em Andamento, Sarau Criar, dentre outros. Fui escolhida para participar do primeiro “Terça Demo”, show realizado no Teatro Oi Futuro (RJ). Ao lado de grandes músicos compositores como Aleh Ferreira, Mombaça, Tico Santa Cruz, Igor Cotrim, fui a única mulher e única interprete escolhida para a primeira edição do evento.
 
Cite os principais trabalhos realizados? 
Em 2012, gravei canções de Chiquinha Gonzaga em parceria com minha mãe ao piano. Um CD demo intitulado “Menina Faceira” – Juliana Peres e o grupo Forrobodó. Em 2017, fui finalista no 34º Festivale, defendendo meu primeiro e único samba autoral “Labuta” (parceria com Pedro Loyola). Também em 2017 realizei minha terceira turnê pela Europa, cantando música brasileira na Itália. Em 2013, participei de dois grandes festivais no Sul da França: “Choralp” (Briançon) e “Choralies” (Vaison-La-Romaine). Em 2014, cantando música brasileira na Itália pela primeira vez, fiz participações especiais em shows por Milão e Sermoneta, além de gravar em participação especial no CD “Cinematic - Piano Acoordion” do “GeM duo”, em Roma. Em Montes Claros, realizei diversas apresentações no Centro Cultural e no projeto “Estações Musicais”, destaque para o espetáculo “Elas por Elas - As Divas da MPB”, onde interpretei a mineira Clara Nunes, que sou fã.
 
Entre as pessoas com as quais que já trabalhou, quais considera mais marcantes?
Participei de diversos grupos no Rio, onde o repertório era sempre ligado a ritmos de cultura popular brasileira. Grupo de Estudo do Baque Virado (“Gebav” – Maracatu); Brasil de Cara (orquestra popular); Arrastão da Gaita”; “Dá no Coro – música e cena”; e dois grupos de forró pé de serra: “Zabumbê” e “Ser-tão Fulô”. Com esses grupos, fiz shows em casas renomadas do Rio. Quando cantei no “Brasil de Cara” o grupo foi contemplado com a gravação de um CD ao vivo na Sala Baden Powell (RJ), como premiação pelo 1º lugar na modalidade “melhor banda” do Festival da Universidade Federal Fluminense (UFF). Com o grupo “Arrastão da Gaita” realizei turnê pelo Ceará na “Mostra SESC Carirí” (2012), cantei em escolas e comunidades carentes, explicando sobre os ritmos de cultura popular e dançando em rodas de ciranda com as crianças. A alegria das crianças e o carinho de gratidão que eu recebia foi algo inesquecível! Na França, cantei para quatro mil pessoas do mundo todo, no Theatre Antique, arena gigante em Vaison-La-Romaine. Emocionante! Fui backing vocal do cantor, guitarrista e compositor Leandrade e participei em 2010 do clipe das “marchinhas de carnaval em inglês”. Por fim, sinto que momentos mais marcantes foram aqueles em que pude ser acompanhada pelo piano de minha mãe. Aprendi muito com a força e o talento dela e sou muito grata ao universo por esse “berço musical”!
 
Quais suas influências?
Com o convívio mais duradouro em terras cariocas, meu repertório inicialmente era basicamente de samba, bossa nova e forró pé de serra. Mas, quanto mais conheço a diversidade dos ritmos e danças de nossa rica cultura popular, mais apaixonada fico. Esses ritmos tradicionais dos folguedos populares são ideais para unir aquilo que mais amo fazer, cantar e dançar ao mesmo tempo! 

Compartilhar
E-MAIL:jornalismo@onorte.net
ENDEREÇO:Rua Justino CâmaraCentro - Montes Claros - MGCEP: 39400-010
O Norte© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por