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Quarta-Feira,17 de Setembro

Brasileiro, Profissão: Esperança

Jornal O Norte
Publicado em 10/11/2011 às 00:22.Atualizado em 15/11/2021 às 06:10.

De volta aos palcos, o espetáculo Brasileiro, Profissão: Esperança com o grupo teatral montes-clarense Os 10 Y Mais que se apresenta no Centro Cultural Hermes de Paula nos dias 18 e 19 de novembro (sexta e sábado).



A peça é do dramaturgo Paulo Pontes, baseado nas letras e canções de Dolores Duran e Antônio Maria, com samba-canções dos anos 50. 



Brasileiro, Profissão: Esperança foi encenado diversas vezes no Brasil. Originalmente, Ítalo Rossi e Maria Bethânia fizeram o papel de Antônio Maria e Dolores Duran. A montagem mais famosa, no entanto, foi a da década de 1970, com Clara Nunes e Paulo Gracindo e direção de Bibi Ferreira, que ficou meses no Canecão (RJ).






Antônio Maria



Antônio Maria era exatamente o oposto do que sugerem suas canções de dor-de-cotovelo. Brincalhão, casado e feliz com a família que possuía. Nasceu em Recife, PE, em 17 de março de 1921. Cronista, jornalista, radialista esportivo, Antônio Maria fez de tudo - e fez da alegria sua vida. Apaixonado pela boêmia virava noites rindo e brincando com Vinícius de Moraes, com Ismael Neto, com quem quisesse achar o prazer da vida. Um de seus passeios favoritos era ir de Rio para São Paulo, de onde tirava sua inspiração. E para este percurso, compôs, com Vinícius, Dobrado de amor a São Paulo. Quando ficou doente (um enfarto) o médico lhe tirou tudo o que gostava: a costela, a feijoada. Seguiu adiante com bom humor e resignação. Um dia se cansou e veio o segundo infarto. Foi em 15 de outubro de 1964. É sobre ele mesmo que escreveu a tão famosa frase: Com vocês, por mais incrível que pareça, Antônio Maria, brasileiro, cansado, 43 anos, cardisplicente (isto é: desdenha o próprio coração). Profissão: esperança.






Dolores Duran



Adiléa da Silva Rocha, nossa Dolores Duran, nasceu no Rio de Janeiro, em 07 de junho de 1930. Foi, com certeza, uma das maiores representantes do samba-canção brasileiro. Começou a cantar muito cedo - seu primeiro prêmio foi aos seis anos de idade. Aos 15, seu pai morreu e a menina Adiléa teve que sustentar sua família, cantando, que é o que ela melhor sabia fazer.



Autodidata, dominou o inglês, francês, italiano e espanhol ouvindo músicas, a ponto de Ella Fitzgerald lhe dizer que foi em sua voz a melhor interpretação que ela já havia ouvido de My Funny Valentine, um clássico da música norte-americana.



Em 1957, então com 27 anos e recém-separada de um casamento desastroso, Tom Jobim (um estreante!) mostra-lhe uma composição em parceria com Vinícius de Moraes. Ao ouvir a melodia, Dolores pega um lápis e escreve Por Causa de Você, e manda um bilhete a Vinícius pedindo-lhe para concordar com a nova letra, e Vinícius prefere a de Dolores.



A partir daí compõe, nos seus últimos dois anos de vida, algumas das mais lindas, tristes e ternas músicas da MPB, como Castigo, A Noite do Meu Bem, Olha o Tempo Passando e Estrada do Sol, entre outras tantas. Em 23 de outubro de 1959, com 29 anos, chega em casa às 7:00 da manhã, e diz a sua empregada: - Não me acorde. Estou cansada. Vou dormir até morrer.






Maristela e Diógenes



Em Montes Claros, Maristela Cardoso e Diógenes Câmara serão as estrelas do espetáculo, sob a direção do mestre Baptista.

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