Banda Soprones se apresenta no festival Jambolada

Jornal O Norte
Publicado em 20/10/2009 às 11:41.Atualizado em 15/11/2021 às 07:14.

Michelle Tondineli


Repórter



A banda montes-clarense de hardcore crossover, Soprones, apresenta-se na próxima sexta-feira, 23, no maior festival de música independente: o Jambolada, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Foi selecionada por um catálogo de bandas, por meio do circuito fora do eixo.



Com quase um ano de existência, a Soprones vem colhendo elogios e recebendo prêmios, como o de Banda revelação do Festival Palco do rock 2009, em Salvador. A banda apresentou-se pela primeira vez no Rock Reunion de 2008, formada por Clayton Souza no vocal, Ricardo Carburas no baixo e vocal, Andrey Meoli na guitarra e Danilão Baliza na bateria. De acordo com Andrey, o grupo não teve um idealizador.



(foto: SAUL VASCONCELOS)


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Andrey, Clayton, Carburas e Danilão compõem a Soprones.



- Eu, Danilão e Carburas sempre tocamos juntos, mas nada sério, somos amigos de infância e sempre tínhamos a vontade de formar uma banda. Até que um dia resolvemos fazer dar certo, usando nossa amizade como ponto de apoio. Daí foi só arrumar um vocalista, convidamos Clayton para cantar, pois também é nosso amigo de longa data e sua voz se encaixava no que pretendíamos fazer - explica.



Ricardo Carburas revela que o objetivo da banda é fazer rock em Montes Claros e região:



- Fazer rock com um ponto de vista crítico de como vemos as coisas erradas e incertas do nosso mundo. Sempre de forma verdadeira e sem hipocrisia, e com uma trilha sonora agressiva e forte como deve ser.



O guitarrista diz que não aconteceu a escolha de qual som deveria ser tocado:



- Porque, quando começamos a compor, tínhamos a ideia de fazer punk-rock, mas, com a mistura de influências e a liberdade para compor, acabamos caindo nesse estilo. Explicando melhor, hardcore é o rito, o compasso dobrado guiado pela bateria que dá velocidade as músicas, misturando com uma variedade de outros estilos de rock agressivo como o thrash, o punk, etc, essa mistura recebe o nome de crossover. Por isso hardcore cossover.



Andrey ainda explica que o nome Soprones surgiu de uma gíria criada por um amigo que chamava a pessoa ‘besta’ ou ‘lerda’ de ‘soprão’.



- Em nossas letras sempre falamos das falsas virtudes dos nossos políticos e da sociedade, mostrando como somos passivos a essas situações, por isso adotamos o nome Soprones. No nome assumimos nossa parcela de culpa no caos, afinal, todos nós somos de alguma forma responsáveis pelos nossos problemas sociais e políticos, pois nos votamos e elegemos os nossos políticos - ressalta.



As apresentações fixas não existem para o grupo por possuírem um som agressivo e por não tocarem couvers. Andrey fala que também não possuem empresário.



- Não é fácil vender rock no Brasil, ainda mais no interior de Minas, isso afasta os empresários que querem só o lucro. Somos uma banda independente porque não queremos ficar esperando alguém ter a boa vontade de fazer algo por nós - conta.



Ele ainda fala que é por este motivo que resolveram correr atrás, arregaçando as mangas e tentar fazer as coisas acontecerem.



- É assim que pensamos como banda, vamos correr atrás, e não ficar só esperando que alguém faça por nos. Somos cria do conceito artista igual pedreiro do Pablo Capilé, onde acreditamos não ter como gerar sustentabilidade sem agir como qualquer outro trabalhador, temos suar a camisa não apenas encima dos placos. E felizmente isso tem dado certo, argumenta.



Sem espaço fixo de shows, Clayton diz que falta espaço para o hardcore.



- Nesta falta, tocamos em eventos, onde é possível apresentar nosso som de forma profissional e com uma qualidade aceitável, o que é impossível de se fazer nos bares da cidade, que normalmente abrem espaço para bandas de pop rock ou voz e violão, que são mais comerciais - explica.



Segundo Danilão, a banda montou um estúdio onde poderiam estar realizando os ensaios e preparando gravação de CD.



- Ensaiamos no Studio Rock, e sempre tocamos em um home-studio na casa de Andrey, até que resolvemos abrir nosso espaço e para outras bandas. Aí surgiu o Studio Rock com uma estrutura profissional voltada para as bandas de Montes Claros que não tinham onde ensaiar, conta.



A banda já possui um EP que chama “Mão Imunda”, e Clayton explica que estão preparando a gravação de um novo CD até o fim do ano.



- Sempre tivemos o pensamento de documentar nosso trabalho, antes mesmo de fazermos nossa primeira apresentação. Já havíamos gravado as seis músicas da demo e confiávamos que seria mais fácil conseguir nossos objetivos com um CD na mão. Desta forma, poderíamos apresentar o nosso trabalho, já que éramos uma banda nova e ninguém conhecia nosso som, afirma.



Com músicas próprias, não importa quem escreve, e sim o resultado em conjunto. Para Andrey a música seria um meio de vida em Montes Claros.



- Temos vários exemplos. Vários amigos vivem só da música aqui na cidade, mas com nosso estilo de música o pensamento tem que ser mais amplo. Infelizmente ficar só em Montes Claros não dá, exclama.



Ele também não acredita que exista uma fórmula para melhorar o espaço musical na cidade.



- Mas Montes Claros precisa urgentemente de um espaço para música ao vivo, ter uma “casa de show” onde possa ser feito “barulho” sem incomodar os visinhos e nem o Meio Ambiente, conta.



Com muita experiência musical e sem um futuro certo, o vocalista diz que tocar na Soprones é algo diferente.



- Fazemos nossos sons sem compromisso com rótulos ou estilos, simplesmente tocamos e apresentamos nossas idéias e pensamentos, completa.



Para mais informações sobre o grupo www.soprones.com ou no telefone (38) 3221 – 5881. Informações sobre o festival de Uberlândia www.jambolada.com.br.

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