Michelle Tondineli
Repórter
Em Montes Claros, o circuito de bandas tem crescido a cada mês. Esses novos grupos procuram o local certo para divulgar seus shows e divulgar seus talentos. Com a banda Mr. Jones não é diferente. Formada por André Tupinambá (Dezão) na guitarra solo, Frederico Castro (Fred) no vocal, violão e guitarra base, João Maciel (João Terra) no backing vocal e bateria, Rafael Chaves (Rafa Guess) no backing vocal e baixo e Guilherme Alves (Bonga) na percussão, a banda se apresenta nesta segunda-feira, 06, no Mr. Pub.
Fred Castro conta que o nome veio de uma música da banda norte americana Counting Crows, que marcou a década de 90, especificamente o ano de 1994.
- Escolher o nome para um grupo é algo muito delicado e difícil. Pensamos em vários nomes e opções e decidimos deixar sem nome. Quando estávamos montando as bases do repertório, essa música apareceu como a primeira que começamos a ensaiar. Aí, no meio de uma brincadeira e outra, surgia a expressão toca Mr. Jones, e acabamos adotando como nome - conta.
A ideia da banda surgiu quando Fred e João Terra viajaram para o litoral, em janeiro de 2010.
- Durante a viagem, fizeram som na casa de praia e até em alguns bares nas saídas à noite. Ali começava a história, que virou projeto de banda somente em junho do mesmo ano, quando começamos a ensaiar. Após alguns ensaios, tivemos um problema com nosso baixista Jaderson Acácio, que acabou tendo que nos deixar devido a problemas de conciliação do tempo profissional com o tempo da banda. Posteriormente, Rafa Guess acabou por assumir a função de baixista e a banda se firmou em definitivo - diz.
A Mr. Jones pretende trazer de volta músicas que marcaram diferentes gerações, mesclando criatividade e originalidade, e trabalhar também músicas contemporâneas, seguindo o caminho alternativo e buscando sempre se destacar como um grupo diferente dos demais. A banda é fortemente influenciada por Jack Johnson, Beatles, John Mayer e Oasis, além das nacionais Skank, Jota Quest, Lulu Santos e Natiruts.
Dezão foi convidado por Fred para entrar na banda. Eles já tinham tocado juntos antes e tinham certa sintonia.
- Fred, que é meu amigo de infância, me chamou para fazer parte dessa ideia. Eu já tinha feito som com ele antes, então já sacava mais ou menos a onda dele, e topei. Acredito que vamos fazer um som para a galera daqui que seja de qualidade, que alcance o público da cidade, mas que ao mesmo tempo não seja apelativo. E por que não ganhar um extra no final do mês? - questiona Dezão.
Bruno Correa Machado é o empresário da banda. O grupo sentiu a necessidade deste profissional por uma questão de se organizar.
- Conseguimos encontrar uma pessoa bem relacionada e que já tem experiência no meio de eventos na cidade, além de ser alguém que mantinha uma forte amizade tanto comigo quanto com João Terra. Os ensaios acontecem no estúdio Miralonge (antigo Studio Rock), é como na nossa casa. Comandado por pessoas incríveis, é um local onde nos sentimos totalmente à vontade. Eles tratam a todos em pé de igualdade, independente de a banda ser nova ou antiga. São parte importante do som que hoje é reproduzido nas boates pela nossa banda - diz.
INTEGRANTES DA BANDA FALAM SOBRE MERCADO DE TRABALHO PARA O MÚSICO
Os integrantes da Mr. Jones já tinham experiência musical. Vários deles já passaram por outras bandas, ou ainda tocam em outros grupos. Fred Castro, por exemplo, teve uma banda entre 2006 e 2007. André Tupinambá toca também na banda Umeazero e Rafael Chaves é integrante da banda Na Palma da Mão.
A Mr. Jones ainda não possui composições próprias, mas existe um projeto a ser trabalhado a médio e longo prazos. Segundo Fred Castro, o ideal é que a banda siga seu curso natural de versões de outros cantores, para que, no momento certo, apareçam as músicas próprias.
- Seria um sonho viver só de música. Mas, infelizmente, a valorização para a música ainda não é algo que permita que alguém viva apenas disso. A não ser que toque todos os dias, às vezes até mais de uma vez no mesmo dia. Todos nós da banda temos outras ocupações profissionais. Eu vejo a música como um hobby. O mercado musical na cidade é pouco valorizado, até pela mentalidade das pessoas. Não tenho nada contra nenhum gênero musical, mas a maioria das pessoas aqui em Montes Claros gosta de axé e sertanejo. Por isso, há uma dificuldade de chegar tentando inovar, tocando algo que a maioria não conhece. Nosso projeto é arrojado e corajoso, uma tentativa de mudar este quadro. Há poucos lugares. E o surgimento de novas bandas também é importante. Pessoas que tenham novas ideias, que tenham a mesma coragem que nós estamos tendo. Acredito que é uma banda que já criou fortes raízes neste começo. A começar pela amizade e depois pela sintonia que temos. Que o futuro nos reserve algo bom - diz.
André Tupinambá tem opinião semelhante à do amigo.
- Aqui em Montes Claros, eu vejo muitos bons músicos, de muitos estilos diferentes, mas, analisando pela ótica do consumidor, acho que existe muito público para um estilo x e quase nada de público para um estilo y. Isso é algo bem frustrante para a gente. É necessário que os produtores culturais da cidade tenham mais iniciativa. Mas, isso é algo complicado, porque, da mesma forma que é difícil para nós vivermos de música aqui em Montes Claros, é difícil para os produtores viverem dessas iniciativas -conclui.
Outras informações: Bruno Machado (38) 9927-3573, abandamrjones@gmail.com e www.youtube.com/user/abandamrjones.
