Banda montes-clarense inova com surf music

Jornal O Norte
Publicado em 26/03/2010 às 10:13.Atualizado em 15/11/2021 às 06:24.

Michelle Tondineli


Repórter



O surf music é conhecido e adorado nas principais cidades brasileiras, como São Paulo, Florianópolis e Belo Horizonte. Com influências de grandes nomes do surf music mundial, como The Beach Boys, Jack Johnson, Ben Harper, Donavon Frankenreiter e de outros artistas nacionais e internacionais como Bob Marley, Beatles, Jota Quest e Papas da Língua, a banda Mago Bass vem a cada dia ganhando mais espaço e reconhecimento.



A banda é formada por Matheus Simões na gaita, Luiz Fernando Santos (LF) no baixo, João Roberto na guitarra e Luiz Henrique Machado Fonseca (Zuique)no vocal e violão. Atualmente a banda está sem baterista, ainda à procura. De acordo com Luiz Henrique, o grupo surgiu em 2007, por acaso.



- Foi quando eu toquei no Mr. Pup, em companhia do Matheus e Tiago no sertanejo, e fiz voz e violão. Recebi o convite para tocar no bar, mas não queria sozinho. Daí montamos a banda. Gostamos do som e empolgamos. Sempre gostei desse estilo e o pessoal daqui não conhece. Aí partiu mais para o pop. Na cidade, para agradar o público é evento de axé, e para nós é difícil agradar com o pop rock surf music. Se na sexta tiver o show da nossa banda e no sábado uma micareta, o pessoal não vai ao nosso show para ir para à micareta - diz.



Luiz Fernando afirma que a banda está sempre renovando o repertório.



- Não teríamos outra escolha de participar em banda e queremos fazer o que gostamos. Com o tempo, nos profissionalizamos mais. E as casas de shows hoje em dia melhoraram bastante desde quando começamos. A qualidade para suportar o som está melhor. O público é interessado no som, mas ainda voltado para o axé. Sempre tem o público que vai para ver a banda - fala.



Matheus Simões diz que todo início de banda é difícil e quando não se tem contrato até calote o grupo leva.



- Já aceitamos tocar até mesmo por bebida e aperitivo. Recebíamos mais cover e já levamos calote de lugares. Principalmente de festa, ficaram nos enrolando e não pagaram até hoje. Foi bem no início, nem tínhamos contrato na época - afirma.



Luiz Fernando diz que o público da banda é fiel, mesmo tendo axés na cidade.



- Acredito que 90% da cidade gosta do axé. Nosso público procura sempre estar presente, e por questão de medo de não dar o público nunca deixamos de tocar, tocamos porque gostamos. Nosso repertório é formado sempre com a ideia de cada um, adequando ao nosso estilo -  argumenta.



A banda está num momento de não precisar ficar procurando lugares para shows. Zuique diz que o público já os procura.



- Na comparação de público, a aceitação de Belo Horizonte foi melhor. Tocamos em um lugar onde era tarde de chorinho, quando começamos a tocar, a praça ficou cheia, o público bem mais animado, e as pessoas querendo comprar CD. Aqui na região do Norte, o pessoal é axezeiro mesmo - finaliza.



Outras informações podem ser encontradas com o empresário da banda, Rafael Villas Boas (38) 9920 4840, no site www.bandamagobass.com ou no blog www.bandamagobass.blogspot.com.



BANDA PREPARA CD AUTORAL



A banda Mago Bass aderiu ao pop rock surf music. Segundo os músicos, é um estilo ainda conhecido por poucas pessoas. O primeiro CD da banda foi gravado ao vivo no Taquara´s bar, em agosto de 2009. Segundo Zuique, o CD tem 19 músicas, apenas quatro são próprias.



- Uma delas está nas rádios, se chama Bicho grilo. Já temos músicas próprias para um novo CD ainda sem data, que será só com nossas músicas. Na parte do arranjo e instrumental, sempre estamos fazendo em conjunto, tudo é parceria. O CD foi gravado aqui em Montes Claros no estúdio Manos WA. O estúdio é bom, acho que o pessoal critica sem conhecer - diz.



Para Luiz Fernando, alguns lugares da região norte mineira parecem estar conhecendo o pop rock agora.



- Mas não podemos recusar um convite para tocar fora se aparecer. Gostamos de tocar e da experiência de ir nestes lugares diferentes. E, para esse tipo de evento, alguns organizadores são meio sem experiência, preparam como se fosse uma festa de axé. Achamos aconselhável fazer um luau, no estilo da banda mesmo - diz.



Para Zuique, viver de música é difícil e complicado.



- Tem que mudar a cabeça das pessoas, deixar a mente aberta. Dá pra viver bem mal, quem tem que sustentar casa é difícil. O dinheiro é nosso quando moramos com os pais e podemos investir nas bandas - afirma.



Zuique conta ainda como foi escolhido o nome do grupo.



O nome da banda veio de uma ideia arrumada, mago de bruxaria e bass é de instrumento musical, é como se fosse o nome dele. Sempre fui nas festas com chapéu de mago - diz.



Segundo Luiz Fernando, as fantasias estão sempre em ‘alta’ nos shows da banda.



- Já fomos fantasiados como palhaço, bruxo, papai Noel, íamos de noivo e foi cancelado o show. O que vem na cabeça nós tentamos, e isso deixa o show mais animado e o público nos vê de uma forma melhor - afirma.



Matheus diz que os instrumentos também fazem parte da banda e devem ser de qualidade.



- Instrumento de qualidade é mais caro e é difícil de arrumar aqui. Eu não consigo comprar na internet, mas dá para ir a Belo Horizonte. Uma guitarra e um baixo, da mesma série, podem ser diferentes em vários níveis.  Instrumento não é marca. Mas, claro que tem as marcas que trabalham com uma qualidade melhor -  finaliza.



A Mago Bass também faz campanha pela doação de órgãos em seus shows e recentemente virou notícia no site da Adote - Aliança brasileira pela doação de órgãos e tecidos. Os shows fixos da banda acontecem às quintas-feiras no Mr. Pup, às sextas, noTerraço, aos sábados no Taquaras e aos domingos no Mapa de Minas.

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