Samuel Fagundes


Repórter

O Conservatório Estadual de Música Lorenzo Fernandez, a fundação Marina Lorenzo Fernandes e o balé Marilene Matos realizam de 4 a 7 de dezembro dois grandes espetáculos de balé intitulados de Prenúncio de verão. 

O espetáculo foi todo criado pela professora Marilene Matos, que também coordena as duas apresentações. As coreografias, a escolha da trilha sonora, cenário e o figurino foram todos desenhados por ela que conta com uma equipe que a apóia em todo o trabalho.

A professora explica que serão dois espetáculos, um primeiro que terá a participação de aproximadamente 150 alunos de 11 aos 40 anos. O segundo espetáculo é infantil, e se apresentarão em torno de 160 alunos da musicalização do balé do conservatório estadual de música Lorenzo Fernandez.

De acordo com Marilene, há 29 anos que ela organiza essa apresentação no final do ano. O espetáculo deste ano apresentará uma variedade de músicas, números de clássicos, de dança moderna, jazz e contemporâneo. Segundo Marilene, o nome Prenúncio de Verão é uma homenagem ao verão que está por vir, a apresentação é algo como um pré-verão e por isso o nome.

- Tanto na apresentação da noite como na da manhã serão apresentados variados estilos. Existe todo um programa que vamos seguir, o infantil que será as 10h nos dias 6 e 7, esse espetáculo terá danças clássicas, uma valsa que será dançada por três turmas, teremos ainda a dança moderna estilo anos 30, e também dança diversificada de jazz, dança contemporânea, tudo apresentado pelos alunos. – explica Marilene.

RESULTADO

A intenção segundo a professora é em primeiro lugar, mostrar todo trabalho que foi feito ao longo do ano com todos os alunos, e também é uma forma de incentivar a arte para as crianças, trabalhar mais o corpo, coordenação motora e a disciplina delas, para que dali possa sair uma grande bailarina, que futuramente assuma o trabalho da professora e dê seqüência a todo esse trabalho que é atualmente feito por ela.

- Eu estou fazendo o possível para que seja uma excelente apresentação, ninguém é perfeito, eu também não sou, mas estou empenhando ao máximo para que tudo ocorra bem. Então a minha expectativa é que o público venha assistir e incentivar cada vez mais todos esses bailarinos que são muito esforçados. Eu espero que as pessoas venham assistir e aplaudir, e que gostem desse trabalho que estamos apresentando e fazendo com todo carinho – conta Marilene.

ALUNOS

Pietra Paula Narciso tem nove anos e faz balé há um ano. Ela vai se apresentar pela primeira vez, e apesar de estar um pouco nervosa acredita que tudo vai dar certo e todos que forem assistir irão gostar muito do que irão ver.

- Eu estou achando muito legal essa apresentação, estou um pouco nervosa, mas o espetáculo será muito interessante. As coreografias são muito legais, eu acho que tudo vai dar certo! Eu e todos que vão participar iremos nos esforçar bastante, para que todos que venham aqui nos ver possam sair satisfeitos – revela a aluna.

SERVIÇO

As apresentações acontecem nos dias 4, 5, 6 e 7 no auditório do Centro Cultural. Os ingressos custam R$ 10,00 e podem ser adquiridos na portaria ou pelo telefone 3213-2095.

HERANÇA DO VALE DO JEQUITINHONHA

Marilene Matos é da cidade de Almenara, veio para Montes Claros ainda pequena, e por aqui iniciou seu aprendizado no próprio conservatório e a partir daí dedicou toda sua vida ao balé. Foi para Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, para estudar. Fez aulas durante mais de 15 anos na Academia Internacional de Balé em Belo Horizonte, e em outras academias, num trabalho muito intenso.

A professora conta que percebeu que a arte mexia com ela quando na sua cidade, na rua onde morava, ela e uns amigos fizeram uma espécie de circo, e haviam bailarinas, que eram as suas amigas e foram coordenadas por ela. Quando veio para Montes Claros ela descobriu que tinha afinidade com o balé e desde então não parou mais.

Há 29 anos ela dá aulas no Conservatório, no ano que vem, quando vai comemorar 30 anos de espetáculos e de profissão pretende fazer uma apresentação muito especial.

- Eu gosto muito da minha profissão, sou apaixonada mesmo, vivencio o balé em tempo integral na minha vida, eu me entrego de corpo e alma. Por isso eu sempre fico muito feliz quando estou montando meu espetáculo. O balé na minha vida é tudo, eu vivo 24 horas de balé. Nessa época em que eu estou montando o espetáculo, alguns amigos me dizem que eu fico 30 horas por conta disso. E realmente é verdade, eu durmo e acordo pensando no balé, essa é minha vida e eu sou muito feliz com ela – revela Marilene.

APOIO

Marilene reclama da falta de incentivo por parte do empresariado da cidade, que segundo ela não da muito apoio e também dá falta de espaço. Ela explica que um espetáculo como esse tem um custo de produção muito alto e que inclusive é devido a isso que é necessária a venda de ingressos, que tem sua renda toda destinada a bancar os custos.

- Com certeza estamos precisando de mais espaços para fazer apresentações, é muito bom termos o Centro Cultural, mas quando chega o fim do ano, são tantos grupos para se apresentar, que acaba faltando lugar para todo mundo. Então necessitamos e muito de novos espaços. Precisamos também, de mais apoio por parte do empresariado, porque uma apresentação como essa, tem a produção muito cara, e por isso que cobramos o ingresso, porque tiramos o dinheiro da bilheteria para poder bancar os custos. As empresas de modo geral deveriam oferecer esse patrocínio, porque são muitos talentos que são desenvolvidos e que merecem esse incentivo – desabafa a professora.

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