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Ascendendo os valores culturais da nossa terra

Beatriz Azevedo: de Alto Belo para a música

Jornal O Norte
Publicado em 17/03/2017 às 07:00.Atualizado em 15/11/2021 às 14:56.

Adriana Queiroz











Beatriz Azevedo, da terra de Alto Belo, onde o
Brasil é mesmo escrito com “S”, é uma
referência da cultura norte-mineira


 

Falar de música para Beatriz Azevedo é assunto que flui fácil. Difícil mesmo é definir o estilo musical com qual mais se identifica.

- Minha raiz e escola são a MPB, especialmente a seresta.  Cantando ou ouvindo, a música é o maior tesouro da minha vida. Eleva a alma, me acalma. O que me prende à música é a letra e, claro, a melodia também. Se o cantor for bom, aí é melhor ainda - explica.

Beatriz Azevedo nasceu em Alto Belo, antigo povoado de Pires e Albuquerque, pertencente ao município de Bocaiúva, no norte de Minas Gerais, região conhecida como celeiro de muitos violeiros, rabequeiros, cantores e poetas.

É filha de Teófilo Azevedo e dona Clemência Cristina de Azevedo. Ele, um cantor que inspirou toda a família. Ela, uma exímia dona de casa e apreciadora da boa música popular brasileira.

A lista de referências de Beatriz Azevedo é bem diversificada. Veja só: Luiz Gonzaga, Lupicínio Rodrigues, Gonzaguinha e o mestre Pixinguinha, que compôs “Carinhoso”, choro-valsa que fora adotado para abrir ou fechar com chave de ouro as reuniões musicais, tipo de um esquenta para motivar as pérolas que passariam a conduzir musicalmente as serestas. Sem esquecer de que foi Braguinha que recebeu a honra de ornamentar a bela música com uma brilhante poesia, que, juntas em uma só, constituem o exponencial da nossa   Música Popular Brasileira.

- Não tive tempo para frustrações. Foi um tempo de muitas dificuldades, mas feliz, recheado de boa música. Nesse ambiente eu cresci ao lado de meus irmãos e meu maior sonho eu já realizei: eu tenho minha família - agradece.










Praça de Alto Belo onde todo ano e realizada a Festa de Folia de Reis

 

A cantora se emociona ao falar dos bons tempos em que participava dos programas de auditório, nos cines Ipiranga e Fátima, embalados pelos radialistas Titio Bira e Zé Lambique, pela rádio ZYD7, onde, por muitas vezes, faturou o primeiro lugar como melhor cantora.  E das conquistas, Beatriz fala sobre sua melhor parceria, seu marido, Wilson.

-É o homem que amo, que admiro. É meu amigo, parceiro e um ser humano que me apoia em tudo o que me disponho a fazer. Lá se vão 37 anos. Dia 31 de março, celebraremos 37 anos de casados. Isso que importa. Isso que me deixa feliz – comemora.

Emocionada, Beatriz relembra dos bons tempos, aos 16 anos, quando participava do grupo de serestas Lágrimas ao Luar, de tantos momentos que marcaram sua vida, de seus irmãos, especialmente de seu irmão Antônio Augusto, um violonista da Banda de Música do Batalhão e, claro, do irmão mais famoso, Téo Azevedo.

-Eu ainda era adolescente, viajando por todo o Brasil, cantando na seresta e fora da seresta. Cantava para mim, para minha família e amigos. Conheci pessoas, vivi momentos felizes. Não tenho um terço da força e raça que o Téo Azevedo tem. Ele sobrevive todo dia. É um cabra que rema contra a maré, diariamente - avalia.

Para Beatriz, a seresta é eterna.  E para ela, sempre foi uma honra levar ao público, através da música, sentimentos de amor, carinho e saudade. Em troca, diz que recebiamuito afeto.

- Não foi sucesso, foi felicidade – conclui.


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