Após um período de inatividade, a Associação dos Artistas do Norte de Minas (ASANORTE) está oficialmente de volta. Fundada em 29 de janeiro de 2004 e com sede em Montes Claros, a entidade sem fins lucrativos marcou época na valorização da arte regional e agora se reorganiza para retomar seu papel central no fomento cultural do Norte de Minas.
A ASANORTE, após autorização judicial, retoma suas atividades com Josecé Alves dos Santos como administrador provisório por 90 dias, incumbido de organizar a eleição da nova diretoria em 31 de julho de 2025. Durante mais de uma década, a associação promoveu ações culturais significativas, incluindo o projeto Mercado Turismo Cultural, o programa de rádio Nossa Arte, Nossa Gente, a Escolinha de Viola “De Ôlho na Vida” e a Biblioteca Pública Gabriel Cardoso. Também realizou festivais importantes, como o 1º Festival de Músicas da Feira de Artesanato (FESTIFEIRA), e produziu CDs com artistas regionais.
A paralisação das atividades ocorreu devido à dificuldade de formar uma nova diretoria. Cansado após anos de dedicação, o então presidente Josecé Santos se afastou, o que acabou interrompendo os trabalhos. Agora, o cenário é de mobilização e entusiasmo. Em poucos dias, mais de 100 artistas já se filiaram novamente à associação, com meta de alcançar 300 até o fim do ano. Entre os músicos engajados nesse novo momento estão Francisco Lopes, Eliane Alkmim Ruas, Ataíde Gonçalves Farias, Lara Maia Silva Gabrich, Iracema Graça Reis, Fabíola Martins Monção, Marcílio Maia, entre outros nomes expressivos da cena regional.
“As associações têm um papel preponderante para a organização das categorias. Nesse sentido, por iniciativa de Josecé Alves dos Santos, seu fundador, a ASANORTE está sendo reativada com o objetivo de valorização e busca de conquistas profissionais para os músicos e poetas norte-mineiros”, afirma a professora de artes/música, cantora e coordenadora de grupos musicais Fabíola Martins Monção, que apoia ativamente esse novo momento da entidade.
Marcílio Maia, que atuará como tesoureiro da nova diretoria, também destaca o valor estratégico da associação: “Fui convidado a participar deste resgate da ASANORTE visando ajudar a fomentar a cultura de nossa cidade e região, buscando a união dos artistas e a representatividade da classe nos municípios. A associação pode somar muito para os artistas, pois poderemos captar recursos em parceria com os municípios, por meio de emendas parlamentares e de outras instituições privadas, estaduais ou federais”.
Segundo ele, a mobilização se faz de forma direta e colaborativa: “Estamos fazendo essa conversa pessoalmente, por telefone, indo aos shows e nas redes sociais, no privado. Este é o momento de união da classe para juntos promovermos eventos com valorização e respeito à classe artística de modo geral”, ressalta.
A nova diretoria da ASANORTE atualizará o estatuto para facilitar parcerias e retomará projetos culturais, como festivais de música e o Prêmio Sol. A gestão planeja criar uma sede provisória, buscar parcerias com profissionais e prefeituras, e conquistar espaço na mídia, reativando programas de rádio e TV e lançando um site oficial.
Apesar das dificuldades financeiras enfrentadas para a reativação — incluindo gastos com advogado, cartório e registros que somaram cerca de R$ 4 mil —, a diretoria provisória mostra confiança. “Dificuldades sempre existirão. O que não pode faltar é coragem, competência e fé. Quem sairá ganhando com esse retorno é a cultura regional e aqueles que a constroem diariamente”, afirma Josecé Alves dos Santos.
“O papel da ASANORTE vai muito além de representar músicos. Ela pode se tornar uma grande parceira na organização de eventos culturais, assumindo responsabilidades que hoje sobrecarregam outras instituições. Temos capacidade técnica e experiência. Está mais do que na hora da ASANORTE ser reconhecida como um dos pilares que sustentam o título de Montes Claros como Cidade da Arte e da Cultura”, conclui o presidente interino.