ARTISTAS SENTEM A FALTA DE ESPAÇOS DE ARTE

Jornal O Norte
Publicado em 10/06/2010 às 11:01.Atualizado em 15/11/2021 às 06:30.

Michelle Tondineli


Repórter



· A falta de mais casas de cultura, ateliês e espaços próprios à exposição de trabalhos artísticos é algo que os artistas sentem em Montes Claros, considerada a cidade da arte e da cultura.



- Quando eu comecei a expor, sempre queria lugares com boa iluminação, bom espaço. É difícil você ouvir uma pessoa hoje dizendo que está indo ver uma exposição. Geralmente, as pessoas vão porque estavam por perto.  Temos ótimas galerias, mas falta uma que seja marcante e representativa - afirma Guimarães.



Quando o assunto é inspiração para produzir, Luiz diz tratar-se de um mito.



- Você acorda e vai pintar, e muitas vezes é expiração; você coloca o que vem naquele momento. O quadro possui várias etapas, você vai pintando e vai se encaixando. Se você não entrar no ateliê e falar que vai pintar, não sairá trabalho nenhum. Eu e João costumamos trocar uma ideia de técnica, e não quer dizer que para executar nós teremos que estar juntos - conta.



João Rodrigues concorda e diz que não espera ficar inspirado para pintar. Para ele, as pessoas expiram o cotidiano.



- Eu pinto o que está aí no dia-a-dia, sempre represento figuras humanas, o meu drama. Eu sou um artista profissional, vivo da pintura, eu preciso manter um padrão. Acordo e vou trabalhar, e penso na história, no roteiro e no argumento que estão em mim. É claro que em alguns momentos você sabe que as coisas fluem melhor. São coisas que acontecem durante esse período. Em média eu preciso de três dias para pintar - diz.



Sobre o mercado de trabalho para o artista plástico na cidade, João diz que viver de arte só em Montes Claros ainda é difícil, pois muitos dos trabalhos são vendidos fora.



- Eu vivo bem de arte porque vendo para fora da cidade. E não pinto para combinar com sofá. E o mais interessante é que aquelas pessoas que escolhiam a arte para enfeitar um sofá hoje já possuem um gosto apurado para selecionar um quadro. E aqueles que pintam para enfeitar o sofá estão descobrindo que o sofá é jogado fora e junto vai a tela – afirma.



Luiz é funcionário público e comercializa os quadros que pinta.



- Você tem que ter um modo de como se posicionar no mercado, o mercado tem melhorado nestes últimos dois anos, a economia melhorou, mas alguns lugares da cidade ainda não permitem. Eu também vendo e exponho para Brasília. As pessoas começam a valorizar os trabalhos - finaliza.

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