O ator Sarney Jamesoly interpreta o Doutor Florismundo da grande São Paulo, na peça Devagar para não matar. A O NORTE, ele fala da peça e da dificuldade financeira, pela falta de maior incentivo do município.
- Ele é um engenheiro que mantém a tradição de ir ao final da tarde a um barzinho, tomar o seu chope. De repente, chega o Tibúrcio, que veio dar a notícia da tragédia na sua família. Conversa vai, conversa vem, acontece outra tragédia com ele, que, para saber, só assistindo. Estou adorando fazer a peça, é uma ótima oportunidade - diz.
Sarney comenta a falta de auxílio financeiro para a realização da mostra de teatro.
- Falta muito o apoio público e privado. Numa cidade do tamanho de Montes Claros deveria ter verba disponível. A cidade não é só vôlei, temos outras coisas como teatro e música - diz.
O artista Álvaro Alves concorda com o colega sobre a dificuldade de se fazer teatro, principalmente para quem é de outra cidade, como ele, que é de Ponte Nova.
- Quando cheguei aqui, achava que eu estava no Sul da Bahia, e lá eles possuem outra visão do Norte de Minas. Essa cidade respira arte, e, o que é mais difícil, consegue várias pessoas querendo fazer, em uma semana. Hoje a cidade é pólo, com 350 mil habitantes, e vemos a batalha e a dificuldade. Nós que viemos inexperientes, quase sempre desistimos na primeira porta que diz não ao patrocínio. A arte existe, o ruim é que nem sempre nós recebemos reconhecimento. Santo de casa não faz milagre, nós não podemos ser mais um, nós temos que ser o um - diz.
Para o ator, o teatro é diferente da TV, porque assistir TV é cômodo, mas as pessoas têm que sair deste comodismo.
