Céu de fitas

Artista plástico, Tiago Olliver, abre os festejos das ‘Festas de Agosto’

Adriana Queiroz
Publicado em 04/08/2023 às 19:39.
De MOC para o mundo: Tiago Olliver já expôs trabalhos em galerias renomadas da Europa (Arquivo Pessoal)

De MOC para o mundo: Tiago Olliver já expôs trabalhos em galerias renomadas da Europa (Arquivo Pessoal)

Música, instrumentos, dança, palavras, sentidos despertados, apresentações, cor, luz e muita inovação tecnológica. Desde a última quinta-feira (3), o artista montes-clarense, Tiago Olliver, expõe seus trabalhos no Museu Regional do Norte de Minas em Montes Claros. O convite ao público é para que ele se permita viver uma experiência imersiva e sensorial surpreendente na tradicional Festa de Agosto.

“A exposição surgiu de uma forma muito inesperada. Vim passear em Montes Claros e uma amiga me disse que seria interessante expor no Museu. Ela fez então o contato e deu tudo certo. Aliás, minha passagem aqui está durando, estou no Brasil desde fevereiro e em Montes Claros, desde março. Conversando com uns amigos, eles me deram a ideia de fazer algo para homenagear a arte regional. E aí fui então à Associação dos Catopês, conversei com o mestre Zanza Junio e aproveitei para conhecer a fundo toda essa cultura, afinal, para mim, era só a época do desfile no mês de agosto”, revela.

Olliver conta que sempre quis usar o capacete dos catopês e foi durante a visita que acabou realizando o sonho.

“Foi a primeira coisa que pedi. Foi uma sensação mágica, essa paleta de cores, um mundo de colorido que sempre me chamou a atenção. E as minhas obras são assim: levam cores vibrantes, brilhos, cristais, pedras preciosas, mosaicos de ouro, pérolas tailandesas, entre outros. Estou sempre conectado com esse mundo das cores. E o capacete do catopê é uma composição algo surreal, muito bonito”, diz.

Para a historiadora, Karine Dias, o artista inova ao trazer o principal destaque da cultura popular montes-clarense: o catopé numa projeção em grande escala. “A obra traz uma experiência corpórea e um impacto visual incrível, que dimensionam o talento do artista Tiago Olliver, e dão ao visitante a sensação de estar dentro da obra de arte, que representa uma das principais festividades tradicionais da cidade”, diz.
 
COMEÇO 
Formado em Normal Superior, sem nunca ter exercido a profissão como professor, o artista na adolescência foi criado dentro da escola da mãe, no bairro Morrinhos.

“Foi lá que tudo começou na minha vida. A escola da minha mãe foi minha oficina de trabalho. Eu brincava de fazer arte com a professora de arte. Passávamos a maior parte do dia nessa sala, pintando, recortando, colando, fazendo as decorações das festas infantis, fim de ano, formatura, Dia do Índio, entre outras”, conta. 

Foi nesse ambiente que os sentidos de Tiago foram despertados para a arte. Ele percebeu que tinha muita habilidade manual para fazer as coisas. “Lá foi uma grande escola para mim. Sempre fui uma criança brincalhona, criativa, sempre gostei de teatro, meu sonho era conhecer o mundo, fazer arte e ser uma grande artista”, conta.

Após a faculdade, o sonho se realizou. O primeiro embarque foi para a Europa. E nessa temporada morou em Portugal, Espanha, França e Inglaterra. Também esteve em Dubai e em outros países.

“Expus minhas obras em alguns países, como por exemplo, nos Emirados Árabes, no famoso Museu do Louvre na França e ano passado fui o vencedor da premiação como o Melhor Artista Brasileiro na Europa. Segundo a revista Forbes é considerado o Oscar para comunidade brasileira na Europa e nos Estados Unidos”, diz.

O artista conta que foram nove meses de competição e dentre os cinco finalistas, foi o vencedor. O evento aconteceu no segundo andar da Torre Eiffel e foi um dos momentos mais emocionantes de sua vida.

“Foi honra de Deus na minha vida, mostrando que vai valer a pena, que está valendo a pena, que estou no lugar certo, fazendo a coisa certa e que a gente só precisa continuar nosso trabalho. Uma hora o resultado vem. Através dessa premiação fui convidado pelo shake árabe Suhai Muhammad Al Zarooni para receber uma premiação em um dos seus palácios, em Dubai, onde ele me homenageou como artista”, revela.
 
DESAFIOS
Durante o percurso com as artes, Tiago conta que foram muitos os desafios e, segundo ele, lá fora, o artista precisa provar duas vezes que é bom no que faz.

“Não é seu território, não é sua casa. É uma luta árdua como artista conquistar nosso espaço, afinal somos imigrantes. Mas acredito num Deus fiel, que pega o humilhado e coloca no primeiro lugar do podium. Acredito nas promessas que Deus tem pra mim”, diz.
 
SERVIÇO
Local: Museu Regional de Montes Claros 
Endereço: R. Cel. Celestino, 75 - Centro, Montes Claros - MG
Até 30/08/2023
Horário: 19h.

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