Cura para corpo e alma

Artista plástico Gemma Fonseca celebra quatro décadas de carreira

Adriana Queiroz
15/02/2022 às 00:08.
Atualizado em 15/02/2022 às 09:10
REDESCOBERTA – Artista que pintava quase só a figura humana passou a se interessar pela paisagem local: válvula de escape

REDESCOBERTA – Artista que pintava quase só a figura humana passou a se interessar pela paisagem local: válvula de escape

Em tempos de pandemia, com raras ou quase nenhuma exposição no Norte de Minas, o artista plástico Gemma Fonseca, que neste ano celebra quatro décadas de carreira, segue trabalhando em pinturas em igrejas quando solicitado, chegando a fazer algumas até como doações.

Isolado em casa, na zona rural, diz que isso não afetou seu processo criativo. Mas que houve sim, uma mudança temática. Ele, que pintava quase só a figura humana, começou a pintar a paisagem local. E isso fez um bem danado ao artista. Funcionou como válvula de escape. 

“Esse momento é de muita gratidão à vida, aos parentes, amigos e sobretudo a Deus, pois estou vencendo também um câncer, mas sempre com muita vontade de pintar. Para falar a verdade, estou bem e feliz”, diz.

Gemma não gosta muito de rótulos, para não sentir preso. Mas tem muita admiração pelo impressionismo e o expressionismo.

“O que conta é a emoção e liberdade quando a pintura surge na minha frente pouco premeditada. Como se diz: saiu assim”.

O artista, desde criança, desenhava com carvão nas paredes. Já na adolescência fez curso de desenho por correspondência, método da época.

Ele conta que tinha um rapaz, chamado Jason, que desenhava bois e cavalos nos cadernos escolares. “Meu irmão Alfredo o copiava, e eu o segui. Passei então, a desenhar os cowboys dos gibis”, revela.

Aos 23 anos, Gemma ingressou na Polícia Militar , residiu em Montes Claros e Claro dos Poções, e após se desligar da polícia, seu destino foi Belo Horizonte, onde trabalhou como cartazista na hoje extinta Mesbla e participou de feiras de arte. Depois de cinco anos, voltou para Montes Claros.

Durante a carreira, realizou algumas exposições, tendo o privilégio de realizar uma em Roma, em 2008, com o apoio do Ministério da Cultura.

“Essa exposição foi realizada na Torreta Valadier, nas margens do rio Tibre, local histórico, hoje destinado somente para exposições, destino favorito de muitos turistas”.

Falar sobre o trabalho é um prazer, mesmo em meio às atribulações do tratamento médico, que requer visitas a hospital e muito mais. A rotina rumo à cura o deixa cansado, mas não tira dele a vontade de misturar as tintas.

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