Michelle Tondineli
Repórter
As artes plásticas são um ponto de evolução em Montes Claros. O que é colocado por muitos artistas é que a população precisa de uma reeducação para valorizar mais o trabalho do artista.
A artista plástica Fúlvia Souto afirma ter começado com os trabalhos desde nova, realizando uma parada e voltando agora a pintar como um hobby.
- Eu comecei desde menina, minha mãe descobriu meu talento nos desenhos de escolas e com isso fiz uns quatro anos de pintura. E trabalhávamos com cópias de outras figuras e mais no sentido figurativo. Parei o curso e há dois anos voltei a realizar estas pinturas voltadas para o abstrato e geométrico - diz.
Ela conta que a sua criação de quadros é baseada em releituras.
- Essa questão de criação é complicada. Na verdade, eu sempre procuro mais releituras, e dou os meus toques e minhas formas. A releitura é o que sempre procuro como base, eu pesquiso na internet, em cima do estilo do que a pessoa quer, e com o meu estilo. Nunca uma obra fica como a outra. Tento modificar as coisas, sempre seguindo um norte. Eu tenho trabalhado mais com encomendas no momento - afirma.
Como o trabalho artístico de Fúlvia é um hobby, ela ainda não possui um ateliê e nem o tempo fixo de trabalho.
- O tempo que eu tenho para pintar é no final de semana. Durante a semana eu tenho outro trabalho e acabo quase não pintando. O mínimo de tempo que gasto para fazer um quadro é dois dias, pois depende muito do tempo para ele secar, das tintas chegarem à cor correta, e por aì vai. É complicado viver de arte aqui na cidade. Porque a arte é cara, tem um valor aquisitivo alto. Quando pinto um quadro em dois dias, as pessoas esquecem que ao mesmo tempo que é prazeroso é cansativo. Você prepara sua tinta, até achar o tom certo. Trabalhamos em pé, a coluna dói. É um trabalho minucioso, e é no detalhe que fica a beleza do trabalho. Sem isso, ele acaba ficando solto e sem valor. É igual a uma roupa mal costurada - compara.
Atualmente, Fúlvia pinta no quintal de sua casa, sem ateliê. Ela ainda não pensou em montar algo fixo para o trabalho e nem em dar aulas.
- Nunca fiz exposição, mas tenho interesse em fazer, talvez até de quadros já vendidos para mostrar o meu trabalho. Falta a oportunidade. Eu tenho trabalhado com pintura látex, por isso é preciso misturar as cores, até achar o tom e a forma certa. Acredito que é necessário reeducar o público para a arte em geral. Se tivesse mais exposições livres, por exemplo em lugares públicos, como a Praça Doutor Carlos, o Shopping, além do centro cultural, seria interessante. Uma exposição de 10 quadros já dá para satisfazer o artista e valorizar o trabalho. Não só com a pintura, mas a arte de forma geral. É lindo e gostoso ir ao centro cultural ver teatro, por que não fazer isso uma vez na rua? A visão da cidade é restrita para essas coisas, acho que podemos melhorar - conclui.
Outras informações (38) 9193 – 4264, fulviasouto@hotmail.com ou fulviasouto@yahoo.com.br.
