Artista faz acessórios artesanais

Jornal O Norte
Publicado em 09/10/2010 às 11:14.Atualizado em 15/11/2021 às 06:41.

Michelle Tondineli


Repórter



Acessórios, em moda, são itens decorativos que suplementam ou enfeitam o vestuário de uma pessoa, como joias, luvas, bolsas, chapéus, cintos, cachecóis, relógios de pulso, óculos de sol, cinta-ligas laços, polainas, gravatas, suspensórios, entre outros. Eles somam cor, estilo e classe ao traje básico e criam um certo visual, mas também podem ter funções práticas. A artista Aline Manzi produz acessórios como uma forma de aumento de renda.



- Na época em que comecei, foi a alternativa de trabalho, pois ainda não tinha um diploma. Já tem oito anos que comecei a trabalhar com acessórios artesanais. Hoje, além do trabalho artesanal, sou pedagoga e atuo como educadora em uma escola - diz.



Todos os materiais usados pela artista são comprados em Montes Claros.



- Às vezes aproveito uma viagem para Belo Horizonte e faço algumas compras lá, mas não tem muita diferença de preço. Lá encontro mais alternativas de materiais. Utilizo metais, acrílicos, tecidos, pedras próprias para este tipo de trabalho, as ferramentas necessárias (alicates, base de unha, cola, etiquetas), bolinhas, strass etc. A produção é somente minha e os preços variam de R$ 4 a R$ 50 - afirma.



Para a produção, o tempo varia de acordo com o produto, mas Aline diz que gasta em média 30 minutos.



- Existem milhares de modelos para a produção das peças, mas gosto sempre de fazer coisas criadas por mim. A criatividade vem de dentro, e a inspiração encontro na música. Só trabalho escutando as músicas que gosto. É difícil viver de arte em Montes Claros; as pessoas não valorizam muito o artesanato, apesar de as mulheres amarem os acessórios. Acho que a feira de artesanato deveria ter um atrativo a mais, para que os montes-clarenses visitassem com mais frequência e, assim, valorizassem mais o trabalho artesanal, uma vez que lá é onde se encontra maior variedade do artesanato da cidade - afirma.



Aline acredita que seu trabalho tem sido bem aceito pelo público, pois tem tido boas encomendas.



- Graças a Deus, minhas peças têm uma ótima aceitação. Minhas clientes demonstram a satisfação com as peças. Já vendi para fora da cidade, em Belo Horizonte, Goiânia, Cuiabá e Brasília DF. O artesanato é tradicionalmente a produção de caráter familiar, trabalho em casa, realizando todas as etapas da produção, desde o preparo da matéria-prima, até o acabamento final - conclui.



Outras informações (38) 8409 - 0670 ou alinemanzii@yahoo.com.br.



PLANO CULTURAL DA MODA



Reunidos em três dias de seminário em Salvador, 150 representantes da cadeia produtiva da moda no Brasil revelaram suas principais preocupações com setor pelo viés da cultura. A invisibilidade da área como foco de investimento da política cultural, a despreocupação com a memória do que é produzido no país e a fragilidade na formação dos profissionais da área se destacaram entre os problemas a serem enfrentados pelo plano cultural do setor.



Com base nas diretrizes elaboradas nos três dias, um grupo de trabalho escolhido pelos delegados irá consolidar as propostas num plano. Será necessária análise técnica das diretrizes do seminário, para melhoria da redação e consolidação no formato de um plano. Depois de elaborado o plano, deverão ser formuladas metas. Em linhas gerais, é isso o que o grupo irá fazer.



Na visão do diretor de políticas culturais, Afonso Luz, o Brasil está se preparando para organizar uma verdadeira economia criativa na moda.



- Estamos desafiados a desenvolver essa economia a partir da realidade brasileira, com sua extensão territorial, fluxos populacionais e diversidade cultural - afirma.



Afonso Luz indica três campos principais para nortear a política cultural para o setor: a criação, a memória e a cultura. O primeiro diz respeito a como a cultura aparece no sistema criativo.



- Ela já nasce dentro da indústria. É lá que ela se realiza - destaca.



Outro ponto importante é a memória do repertório de moda no Brasil e como isso é documentado.



- É isso que permitirá conhecer como a linguagem se relaciona ao longo do tempo com a diversidade brasileira, aspectos que são revisitados - conclui.



O último aspecto mencionado pelo diretor é a cultura de moda. Uma política cultural para o setor deve levar em conta como a moda se tornou um fato transversal, indicativo do comportamento urbano e capaz de indicar diferenças sociais.

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